ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Com medo do lixão fechar, catadores protestam em frente ao Fórum

Defensoria Pública impetrou Ação Civil Pública pedindo o não fechamento do local

Nadyenka Castro | 14/12/2012 17:37
Catadores levaram faixas à frente do Fórum. (Foto: Nadyenka Castro)
Catadores levaram faixas à frente do Fórum. (Foto: Nadyenka Castro)

Para pressionar a Justiça a impedir o fechamento do lixão localizado no bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande, aproximadamente 150 catadores de materiais recicláveis foram à frente do Fórum da Capital na tarde desta sexta-feira.

Segundo eles, a informação é de que o lixão será fechado a partir deste sábado e com isso não poderão entrar no lugar. Diante da situação, a Defensoria Pública foi acionada e entrou com Ação Civil Pública. “O objetivo é não deixar ninguém sem trabalhar”, declarou a defensora pública Olga Lemos Cardoso.

A defensora explica que foi pedido na ação o não fechamento do lixão até que a usina de reciclagem esteja pronta, que os catadores só saiam do lixão quando a usina estiver pronta e que, pelo menos, eles tenham acesso ao lixão no período de festas, devido ao aumento na produção de lixo nesta data. Também foi solicitada indenização de R$ 140 por dia, por catador impedido de trabalhar.

Segundo a defensora, o juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva, da Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individual Homogêneos, deu prazo de 72 horas para que a Prefeitura de Campo Grande encaminhe informações sobre o fechamento do lixão. Conforme ela, neste prazo, o lixão deve continuar aberto aos caminhões coletores e aos catadores. Caso amanheça fechado, a situação será documentada e anexada ao pedido da defensoria.

Gilberto Gonçalves, 44 anos, trabalha no lixão há quatro anos. Do serviço dele dependem cinco pessoas. A renda mensal é de R$ 450. “Com esse dinheiro pago água, luz e aluguel. Se parar no lixão, não tenho onde trabalhar”, disse.

Há 10 anos no lixão do Dom Antônio Barbosa, Vera Lúcia Campos, 60 anos, recebe R$ 600 por semana e com esse dinheiro sustenta cinco menores de idade – entre filhos e netos . “Se fechar, tenho que ver o que vou fazer. Não vou ter onde trabalhar”, disse.

Os catadores do lixão poderão trabalhar na usina de reciclagem que está sendo construída no Dom Antônio Barbosa.

Nos siga no Google Notícias