Prefeitura ativa aterro e diz que volume de lixo vai diminuir 40%
Com o funcionamento do aterro sanitário, aberto na manhã desta quarta-feira, o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB) afirmou que o volume do lixo que vai ficar depositado no local diminua em 40%. Hoje, esse total é de 750 toneladas por dia.
“Depois da separação, ele reduz 40% do volume”, explicou o prefeito. O primeiro caminhão de lixo chegou por volta das 8h da manhã. O aterro, que fica ao lado do lixão recebeu o nome de Dom Antônio Barbosa e conta com uma área de 70 mil metros quadrados.
O espaço tem estrutura adequada para destinação do chorume e de gases pelas mantas impermeabilizadoras, que cobrem o solo impedindo o vazamento de resíduos sólidos e pela lagoa decantadora, que liga o aterro à estação de tratamento de água do Los Angeles, onde será tratado o chorume.
“Hoje é um momento histórico para Campo Grande. Uma herança de 30 anos está sendo resolvida. É um mérito conjunto de ações de uma equipe”, ressaltou Trad.
O prefeito voltou a reforçar que a usina de reciclagem está prevista para entrar em funcionamento antes do Natal. “O maior desafio da administração foi dar um destino final aos resíduos sólidos”, completou Nelsinho. Além da questão ambiental, a social também esteve em destaque na licitação do lixo: o destino dos catadores que tiravam o sustento do lixão.
Hoje, conforme a prefeitura, já são 70 catadores cadastrados e trabalhando regularmente. Outros 120 já foram credenciados de um total de 250 trabalhadores levantados pela Prefeitura. A desativação do lixão acontece até o dia 31 de dezembro.
O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Marcos Cristaldo, explicou que além do lixo, o solo também será tratado. Ele admitiu que o processo demanda tempo, mas diz que está tudo previsto no contrato. O novo aterro não vai ser uma ‘montanha’ como a formada pelos resíduos no lixão. O procedimento vai ser o de espalhar o lixo pelo solo. Aquilo que não puder ser reciclado, esclareceu Cristaldo. À frente do aterro está o galpão onde será instalada a cooperativa.
Nelsinho ressaltou durante a abertura do aterro, que a prefeitura trabalha de forma legal, ao comentar sobre a decisão de ontem, da Justiça, que revogou a paralisação das atividades no lixão, aterro e a licitação.
“Uma obra desse tamanho nós jamais iríamos cometer algum erro e a decisão não era válida”, disse. A suspensão do aterro pedida no último dia 21 pelo MPF (Ministério Público Federal) elencou pontos que, segundo o prefeito, foram explicados no pedido de reconsideração feito à Justiça.
“Quando é conveniente, eu sou prefeito até 2012. Em outra situação, que pode remeter a algum ganho político, eu já não posso fazer”, argumentou. Trad deixou claro que as obras do aterro estão 100% prontas.
Estrutura–O serviço de coleta de resíduos sólidos, trabalho seletivo e atividade no aterro sanitário conta com 74 veículos, 35 deles como coletores na operação direta e três deles na coleta seletiva. O mesmo número também vale para coletar de resíduos de saúde.
Com veículos de apoio, a Solurb, concessionária que passa a explorar o lixo pelos próximos 20 anos, vai contar com 21 e ainda carros de passeio para fiscalizar, ônibus e microônibus.
Na atividade do aterro, serão três esteiras, uma escavadeira, um rolo compressor e cinco caminhões de transbordo e uma patrola.
Questionado sobre o emplacamento dos veículos, que pelo edital de licitação devem ser de Campo Grande, o prefeito respondeu que a Solurb, caso não altere os que estão com placas de fora, será notificada e pode receber multa e até ter o contrato suspenso.
Lixo hospitalar -A assessoria jurídica do Sindhesul (Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso do Sul) também acompanhou o início do funcionamento do aterro, para pedir uma reunião com o prefeito sobre a liminar conseguida por hospitais e clínicas particulares que manda a prefeitura fazer o recolhimento dos resíduos sólidos de saúde.
“Pedimos reunião com o prefeito no sentido de fazer um acordo dentro deste mandado de segurança para ele manter a coleta pelos seis meses que a Justiça deu”, explicou a assessora jurídica Rosely Scandola.