Com novas provas contra Alceu Bueno, audiência sobre compra de votos é adiada
A audiência que estava marcada para esta quarta-feira (10), na qual a Justiça Eleitoral ouviria quatro testemunhas sobre a acusação de compra de votos contra o vereador Alceu Bueno (PSL), foi cancelada.
Segundo o promotor de Justiça Clóvis Smaniotto, a audiência foi suspensa porque surgiram novas provas contra o vereador, que entregam um esquema de compra de votos através de distribuição de vale combustível.
O promotor afirma, ainda, que, de acordo com essas novas testemunhas, o vereador Alceu Bueno gastou na campanha, na última eleição, aproximadamente R$ 50 mil apenas com combustível que era distribuído para eleitor.
Diante das novas acusações que o promotor apresentou para a juíza da 36ª Zona Eleitoral, Elisabeth Rosa Baisch, o processo ganha mais peso e aumenta a possibilidade de ser aceita a cassação do vereador, conforme explicou Smaniotto.
Porém, de acordo com o advogado do vereador, Fabio Leandro, a audiência foi cancelada pelo Tribunal Regional Eleitoral em decorrência de um pedido da defesa.. “Entramos com recurso ontem (9), assim que a juíza publicou que audiência seria nesta quarta-feira, e o TER soltou a decisão de cancelamento hoje”, afirmou o advogado.
Ainda segundo o advogado, nem ele e nem o vereador tomaram conhecimento de quem são as testemunhas. “O promotor pode até investigar, pois é a obrigação do Ministério Público, mas ele tem que fazer isso de uma maneira que eu possa apresentar defesa. Na prática isso esquema não existiu”, pontuou o advogado.
Além de Alceu Bueno, os vereadores Paulo Pedra (PDT), Thaís Helena (PT) e Delei Pinheiro (PSD) também estão sendo investigados pela acusação de compra de votos.
Os quatro são acusados de captação ilícita de sufrágio (compra voto) por meio de distribuição de combustível durante período eleitoral do ano passado. A denúncia partiu do Ministério Público através do promotor de Justiça Rogério Araújo e pode resultar na cassação dos mandatos.
Conforme explicação da juíza Elisabeth Rosa Baisch, os casos, que seriam julgados juntos, foi desmembrado a pedido do promotor de Justiça, para que as testemunhas sejam ouvidas separadamente e, assim, de forma mais organizada.
A suspeita foi desencadeada após um posto de combustível de Campo Grande ser fiscalizado. No local foi constatado que vários condutores estavam pagando pela gasolina com espécie de vale-combustível, supostamente fornecidos pelos então candidatos. Na ocasião, além dos próprios tickets, foram apreendidas listas com os nomes dos eleitores, números de telefone e placas de carro.