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Capital

Comércio abre, mas com ruas quase vazias nessa segunda-feira de Carnaval

Chuva, feriado e pandemia são alguns dos fatores que fazem com que boa parte da população não tenha ido ao Centro nesta manhã

Guilherme Correia e Mariana Rodrigues | 15/02/2021 10:20
Movimento no comércio do Centro de Campo Grande está abaixo das expectativas na manhã desta segunda-feira (Foto: Paulo Francis)
Movimento no comércio do Centro de Campo Grande está abaixo das expectativas na manhã desta segunda-feira (Foto: Paulo Francis)

“Expectativa” é a palavra mais ouvida da boca dos comerciantes do Centro de Campo Grande na manhã desta segunda-feira (15). O movimento nas ruas é fraco devido a uma série de fatores como o receio da chuva, pandemia, ou o feriado. Para o comércio, a esperança é de que mais clientes apareçam na região central durante a tarde e ao longo dos dias de Carnaval, sem festa.

A reportagem encontrou várias lojas fechadas por volta de 8h30. Abrir ou não nesta semana fica a critério dos proprietários, já que a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) reforçou que a data não é feriado nacional, e que a previsão é de que o trabalho continue normalmente.

"A expectativa é alta", diz a vendedora de máscaras Aline (Foto: Paulo Francis)
"A expectativa é alta", diz a vendedora de máscaras Aline (Foto: Paulo Francis)

A vendedora ambulante Aline Perez, de 30 anos, costuma vender cerca de 30 máscaras por dia na esquina das ruas Dom Aquino e 14 de Julho, e avalia como “muito parado” o movimento de hoje, mesmo estando na metade da manhã. Desde janeiro, diz, o movimento tem sido bem fraco devido a pandemia. “Hoje acho que vão esperar o tempo se estabilizar melhor para poder ir no centro hoje. A expectativa é alta”, diz.

O pedreiro Luiz Fernando de Arruda, de 40 anos, foi até a região central de Campo Grande nesta manhã apenas para realizar um pagamento de contas, e esperou por alguns minutos para o estabelecimento abrir. “Aproveitei o período mais tranquilo para fazer o pagamento e voltar para o trabalho. Escolhi esse horário porque estava mais vazio que o normal”, explica.

Comerciante de acessórios para celular, Matheus de Oliveira Neves, de 25 anos, também reclama que o primeiro mês do ano as vendas têm sido bem ruins. Segundo ele, houve uma melhora no início de fevereiro, com o quinto dia útil, mas que desde então voltou a cair. “Acredito que a procura não vai ser muito grande hoje não. No sábado tivemos bom movimento, mas hoje acredito que muitos viajaram, muitos funcionários da iniciativa privada, inclusive”, diz.

É preciso correr atrás do pão de cada dia. A esperança é a última que morre. Acredito que o movimento vai ser maior depois das 14h de hoje, e vamos abrir normalmente durante a semana toda”, avisa Matheus.

A gerente Cristiane Mira, de 50 anos, que vê sua loja de roupas estar “bem cheia” durante dias normais, diz que hoje a procura está bem pouca. Ela ainda tem uma hipótese de que comerciantes e clientes podem ter ficado em dúvida se o comércio abriria hoje. “Não dá para saber em princípio se as vendas estão boas ou não, tem muita gente viajando. Até então, as vendas ainda assim estão melhor do que janeiro. Mas hoje ser que a procura melhore a tarde”, pontua.

Quem foi no Centro – Com poucas pessoas nas ruas do Centro, ficou até difícil encontrar quem quisesse relatar o porquê de ter optado pelo início da semana para ir às compras. Mesmo assim, a babá Erica Gonzalez, de 28 anos, diz ter aproveitado a “tranquilidade” no Centro devido ao horário mais cedo e ao fato de muitos estarem em casa descansando.

Semelhante a ela, o comerciante Wilson Villalva, de 38 anos, foi junto a esposa e filho aproveitarem o comércio vazio para “analisar os preços mais tranquilamente”.

Na contramão da relação cliente e comerciante, os professores Waldecir Alves de Almeida, de 55 anos, e Elza Guedes Ferreira Almeida, 51, foram passear nas ruas recém revitalizadas pela prefeitura. Morando há 20 anos na Capital, eles sequer vão ao Centro para fazer compras, devido a facilidade no consumo pela internet.

Eles acreditaram que hoje estaria mais vazio, e o objetivo da manhã é “sentar e apreciar” as ruas. “Geralmente o Centro para compras não tem muita opção. Aproveitamos hoje para curtir o Centro”, diz Waldecir, que não faz isso com frequência e lembra de quando o próprio Centro em si era mais “atrativo”.

Os professores Waldecir e Elza foram até o Centro para sentar e apreciar a arquitetura das ruas (Foto: Paulo Francis)
Os professores Waldecir e Elza foram até o Centro para sentar e apreciar a arquitetura das ruas (Foto: Paulo Francis)

Abre e fecha - O comércio em geral, conforme resolução divulgada pela Fecomércio, funcionará normalmente ao longo da semana.  O mercadão abre normalmente hoje, e na terça-feira (16) funcionará das 6h30 até às 12h, retornando na quarta-feira a seu horário normal (6h30 às  18h).

De acordo com o Sindicato dos Lotéricos de Campo Grande, a maioria das casas lotéricas estará fechada, mas algumas podem funcionar porque a abertura fica a critério do empresário.

Por fim, no Centro, o Pátio Central Shopping funcionará das 8h às 18h na segunda e terça-feira, com happy hour a partir das 12h e ação para as crianças com pintura facial e uma oficina de personalização de máscaras de proteção. No demais dias o horário segue normal, das 8h às 20h, com exceção do domingo, quando não abrirá.

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