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Capital

Companheiros de cela dos presos da Máxima, gatos são castrados

Animas entram no presídio em busca de alimentos e acabam sendo adotados pelos presos

Silvia Frias | 28/06/2022 12:33
Gato foi castrado em ação realizada no Presídio de Segurança Máxima (Foto: Divulgação)
Gato foi castrado em ação realizada no Presídio de Segurança Máxima (Foto: Divulgação)

Gatos de detentos do Presídio de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande foram castrados em ação de iniciativa de policiais penais e do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Até agora, 20 felinos passaram pelo procedimento e estão sob cuidados do “preso guardião”.

Segundo informações da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), o procedimento segue o método C.E.D (captura – esteriliza - devolve).

O “Castramóvel” do CCZ estacionou no pátio da Máxima e realizou a castração de 20 gatos, entre machos e fêmeas. Outro felino foi encaminhado para tratamento. A ação envolve, ainda, a vacinação antirrábica, vermifugação e marcação da orelha para identificação.

Cada felino apreendido e castrado, teve a gaiola identificada com pavilhão e cela para ser devolvido ao preso guardião.

Os presos também recebem participam de palestras educativas sobre os cuidados necessários por profissionais da área, envolvendo conscientização sobre cuidados, alimentação, tratamento dos felinos nos quais foram constatadas outras doenças pelas veterinárias e cuidados pós-procedimento de esterilização.

Policiais penais Rodrigo Silva e Amanda Barbosa que levaram proejto para a Máxima (Foto: Divulgação)
Policiais penais Rodrigo Silva e Amanda Barbosa que levaram proejto para a Máxima (Foto: Divulgação)

De acordo com a Agepen, os detentos ainda colaboram com a confecção de gatoeiras, equipamento usado na captura dos animais.

Até o momento, três gatoeiras foram confeccionadas para o projeto na Máxima. A intenção é que mais gaiolas do tipo sejam produzidas e também sejam repassados ao CCZ para ações em outras unidades prisionais de Campo Grande, além de centros comunitários, igrejas, e em bairros de alta vulnerabilidade social da cidade.

O projeto foi idealizado pelos policiais penais Rodrigo Gonçalves Silva e Amanda de Deus Pereira Barboza, com apoio da direção do presídio e parceira do CCZ.

Silva explica que os felinos entram na Máxima em busca de alimentos, mas acabam ficando e sendo adotados pelos presos. “Espera-se que a relação com os animais afaste a ociosidade do encarcerado no dia a dia minimizando a ansiedade e estimulando emoções como afeto, empatia e benevolência, além de comportamentos sociais relevantes como responsabilidade, solidariedade e zelo atendendo ao dever de ressocialização do sistema carcerário”, disse o policial.

A policial Amanda Barboza explicou estudos demonstram que retirar todos os animais de uma vez e mandá-los para o CCZ não resolve o problema a médio e longo prazo. “A retirada causa uma diminuição temporária na população de gatos, mas com o tempo uma nova população irá tomar o mesmo lugar.

Para o diretor da Máxima, Mauro Augusto Ferrari de Araújo, o controle populacional de gatos é extremamente importante para o presídio, já que reflete também na questão sanitária, evitando a transmissão de doenças.

O projeto foi criado para ser executado na Máxima, mas pode ser expandido para outras unidades prisionais. Em 2016, uma iniciativa parecida foi realizada no complexo penitenciário de Campo Grande.

De acordo com informações da prefeitura de Campo Grande, o “Castramóvel” está em funcionamento desde abril de 2021 e já realizou cerca de 1,5 mil procedimentos. A unidade é estrutura com mobiliário, equipamentos e instrumentos cirúrgicos para a realização de castração em cães, em regime de mutirão. Uma média de 25 a 30 animais passam pelo procedimento de esterilização por fim de semana.

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