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Capital

Comunidade tenta ajudar menina de 4 anos, filha de dependentes químicos

Viviane Oliveira | 27/05/2011 08:55
A menina (bermuda cor vinho)adora ir para o projeto e passa o dia brincando com as outras crianças. (Fotos: Viviane Oliveira)
A menina (bermuda cor vinho)adora ir para o projeto e passa o dia brincando com as outras crianças. (Fotos: Viviane Oliveira)

A coordenadora do projeto Sementes da Vida diz que a vontade é "adotar" a menina de quatro anos, filha da dependente química Laurilê da Silva, 26 anos. “Ela é carinhosa e meiga”, afirma Silvana Elizabethe Rocha Silva.

A menina fica na creche o dia inteiro, de segunda a sexta-feira, Silvana conta que não tinha mais vaga para ela. “Nós vimos às condições dos pais e abrimos uma exceção”. Segundo ela, a menina entrou no projeto no começo do ano.

O projeto é iniciativa da Igreja Luterana do Brasil. Segundo Silvana, a criança sente e entende tudo o que está acontecendo. “As vezes ela chega aqui triste, chora por qualquer coisa e fala: tia, minha mãe sumiu”.

Com as mãozinhas nos olhos a menina balança a cabeça e concorda, quando questionada se gosta de morar com os pais.

Dependente de pasta base de cocaína, a conhecida "zuca", Laurilê fica até uma semana fora de casa, o marido, Sandro de Campos, 33 anos, que fica com as crianças, dizem vizinhos.

Crianças vivem em situação insalubre com os pais.
Crianças vivem em situação insalubre com os pais.

Conforme a professora, todos na redondeza sabem do problema da família, e tentam ajudar como podem. “A gente fica com o coração partido, mas nós queremos ajudar esses pais a saírem das drogas”, afirma.

Uma vizinha que não quis se identificar, disse que por diversas vezes Laurilê teve a chance de fazer um tratamento, mas que não consegue ficar sem a droga. Ela vende até o que tem em casa, já o marido fuma quando tem. Corta o coração ver esse bebê chorando a noite toda”, disse.

Ontem foram algumas pessoas para ajudar Laurilê, mas ela não estava. O conselho tutelar já foi duas vezes na casa da família, mas não encontrou ninguém.

Os vizinhos contam que depois que a reportagem do Campo Grande News foi até até o local, com medo do conselho recolher as crianças ela sai cedo e volta à noite. O bebê ainda não tinha registro de nascimento, que foi feito ontem (25).

Apesar de não ter condições visíveis de cuidar das meninas por causa da droga, Laurilê disse que não quer entregá-las para adoção, e tem vontade de fazer um tratamento para sair dessa vida. O filho mais velho, um garoto de 10 anos, mora com a avó paterna.

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