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Capital

Contra Future-se e cortes federais, protesto “caça” reitor pela UFMS

Grupo de estudantes, professores e técnicos percorreu a Cidade Universitária em ato nesta quinta-feira

Jones Mário e Fernanda Palheta | 03/10/2019 11:50
Grupo "caçou" reitor Marcelo Turine pelos corredores e departamentos da UFMS (Foto: Marina Pacheco)
Grupo "caçou" reitor Marcelo Turine pelos corredores e departamentos da UFMS (Foto: Marina Pacheco)

Estudantes, professores e técnicos-administrativos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) protestam contra medidas do MEC (Ministério da Educação) na manhã desta quinta-feira (3), no campus de Campo Grande. Formado por 300 pessoas - segundo os organizadores da manifestação -, o grupo percorre a Cidade Universitária atrás do reitor, Marcelo Turine.

A concentração começou às 8h, em frente à Biblioteca Central. Do local, os manifestantes saíram em marcha e passaram por cursos que não aderiram à paralisação nacional, a fim de chamar a atenção de mais alunos e professores e trazer mais adeptos ao movimento.

O grupo programava se deslocar até a reitoria para se encontrar com Turine, mas mudou a rota após informação de que o reitor estaria na Famez (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia). A reportagem questionou a UFMS, via assessoria, para saber se o representante da instituição receberia os manifestantes. Não houve resposta até a publicação da matéria.

Os adeptos ao protesto carregavam cartazes e promoveram apitaço. “Não avisaram a reitoria, educação não é mercadoria” foi uma das palavras de ordem mais entoadas durante a marcha.

Manifestantes carregavam cartazes e promoveram apitaço (Foto: Marina Pacheco)
Manifestantes carregavam cartazes e promoveram apitaço (Foto: Marina Pacheco)

Presidente da Adufms (Associação dos Docentes da UFMS), Marco Aurélio Stefanes disse que o grupo decidiu percorrer os corredores da universidade em protesto contra o Future-se, programa que prevê aumento de verba privada nas instituições públicas de ensino, e contra o contingenciamento de recursos do MEC, que congelou R$ 29,7 milhões da UFMS em maio.

Estudante de Fisioterapia, Emanuelle da Silva da Luz, 20 anos, aderiu à manifestação. Segundo ela, seu curso sentiu os impactos dos cortes federais, já que a extensão à população foi prejudicada. A acadêmica disse que 1.200 atendimentos deixaram de ser realizados em função do arrocho nas contas da UFMS.

A professora de Psicologia, Thaize de Souza Reis, 37, falou em “desmonte da educação pública” capitaneado pelo MEC. A docente ministrou aula aberta na Concha Acústica da universidade, na quarta-feira (2).

Já o auxiliar-administrativo da UFMS, Osair Pereira da Silva, 58, lamentou que o governo federal “tem enfiado goela abaixo das universidades” o Future-se. A UFMS decide se adere ou não ao programa em reunião do Conselho Universitário no dia 31 de outubro.

Descongelou - Na última segunda-feira (30), o MEC anunciou desbloqueio de R$ 1,156 bilhão do orçamento das universidades federais brasileiras. A UFMS foi contemplada com a liberação de R$ 14,3 milhões, verba que, segundo o reitor Marcelo Turine, será destinada prioritariamente para pagar auxílios estudantis, terceirizados e serviços contínuos.

Em nota, a UFMS ainda reforçou que o descongelamento “permite a manutenção das unidades e laboratórios”. A universidade assegurou que espera liberação do restante do orçamento para honrar o “planejamento e os compromissos assumidos para o ano de 2019”.

Greve - A paralisação de dois dias em Mato Grosso do Sul reflete movimento nacional de professores de diversos níveis, em protesto contra o cenário da Educação no País. Entre os pontos contestados estão propostas que incluíam o fim das eleições para escolha dos diretores e a criação de escolas cívico-militares, proposta pelo presidente Jair Bolsonaro, aderida por pelo menos 15 estados.

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