ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 28º

Capital

Corretor de Olarte está ligado a venda milionária para o Pão de Açúcar

Ivamil Rodrigues vendeu terreno para o grupo empresarial por R$ 15 milhões, mas área já havia sido comercializada

Anahi Zurutuza | 15/08/2016 16:54
Terreno localizado na avenida Coronel Antonino (Foto: Alcides Neto)
Terreno localizado na avenida Coronel Antonino (Foto: Alcides Neto)

Ivamil Rodrigues de Almeida, corretor de imóveis preso pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na manhã desta segunda-feira (15), está envolvido em transação milionária com o GPA (Grupo Pão de Açúcar em Campo Grande) alvo de ações na Justiça. A investigação, que desencadeou a Operação Pecúnia e levou para trás das grades também o ex-prefeito Gilmar Antunes Olarte e a mulher dele, Andreia Olarte, aponta Ivamil como o “braço direito” do casal em aquisições “fraudulentas” de imóveis na Capital.

O conglomerado empresarial, também dono das redes de supermercados Assaí Atacadista e Extra, comprou um terreno na Avenida Coronel Antonino em 2010, sem saber que o mesmo já havia sido vendido anteriormente, em negociação contestada na Justiça por ter indícios de fraude.

A área de 11 hectares, localizada pouco antes do terminal Nova Bahia, foi negociada com dois proprietários por R$ 15,8 milhões. Ivamil intermediou a compra e venda e receberia 6% do valor acordado – quase R$ 1 milhão – pela corretagem.

Contudo, no ano seguinte, descobriu-se que o mesmo imóvel já havia sido vendido anteriormente para a empresa Aliança do Brasil Administradora de Bens Ltda. Quando “a pendência” veio à tona, o Pão de Açúcar já havia desembolsado R$ 10,9 milhões pela área, havia cercado o terreno e construído uma guarita no local.

Ações judiciais - As informações constam em ação judicial movida, em abril deste ano, pelo grupo empresarial contra o corretor e um dos antigos donos do terreno para reverter a penhora do imóvel. Não há, contudo, comprovação de que Ivamil teria participado da venda anterior e nem se tinha como saber se a área em questão já havia sido vendida.

O corretor, por sua vez, foi quem conseguiu o confisco do imóvel, em decisão a favor dele no processo que ele moveu contra um dos donos do terreno que devia a Ivamil parte do pagamento combinado pela intermediação da venda.

Por força de liminar, o Pão de Açúcar detém a posse do terreno atualmente, mas por conta da confusão, a escritura ainda está em nome de integrantes da família que teria feito as duas vendas.

O grupo empresarial informou, por meio da assessoria de imprensa, que “não comenta casos sub judice”.

Em dezembro de 2013, um supermercado da rede Assaí foi inaugurado na mesa avenida, pouco antes da área em questão. Mas, o Pão de Açúcar não confirmou se a construção do atacadista foi feita em outro local por conta do imbróglio.

Na Justiça de Campo Grande, ainda há ações de reintegração de posse do terreno, que teve a parte dos fundos invadida.

Andréia e Olarte foram presos na manhã desta segunda-feira (Foto: Fernando Antunes)
Andréia e Olarte foram presos na manhã desta segunda-feira (Foto: Fernando Antunes)

Operação – De acordo com o Ministério Público, as investigações começaram com a quebra de sigilo bancário de Andreia Olarte e de empresa de estética que pertence a ela, além de informações de que, entre 2014 e 2015, enquanto Gilmar Olarte era prefeito, a mulher adquiriu vários imóveis em Campo Grande, alguns em nome de terceiros.

Os pagamentos teriam sido feitos em “elevadas quantias”, fazendo-o, ora em dinheiro vivo, ora por transferências bancárias e depósitos, os quais, “a princípio, são incompatíveis com a renda do casal”.

Segundo a investigação, Andreia e Gilmar contaram com a ajuda de Ivamil Rodrigues e Evandro Farinelli seria a pessoa que cedia o nome para que as compras fossem feitas.

Olarte, Evandro e Ivamil já estão na cela 17 do Centro de Triagem de Campo Grande. Já a mulher do ex-prefeito foi levada para o Presídio Irmã Irma Zorzi, também na Capital.

A Operação Pecúnia investiga os crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.

Nos siga no Google Notícias