Culpado por taxistas, sindicato diz que motoristas “cuspiram onde comeram"
Presidente do Sintáxi/MS retrucou acusações de motoristas "despejados" da área de desembarque do aeroporto da Capital
O presidente do Sintáxi/MS (Sindicato dos Taxistas de Mato Grosso do Sul), Bernardo Quartin, retrucou acusações de motoristas que perderam o direito de prestar serviço no desembarque do Aeroporto de Campo Grande. Segundo ele, “a instituição tem obrigação com quem tem obrigação com ela”.
Administradora do terminal, a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) abriu licitação para conceder operação do serviço de transporte particular no local. A vencedora foi a Rodar Serviços de Táxi e Transportes Personalizados, que começou a trabalhar no último domingo. Titular do contrato até então, o Sintáxi/MS não concorreu ao certame. Descontentes, motoristas que mantinham ponto no aeroporto apontaram omissão da entidade.
“Quem falou, falou sem conhecimento de causa”, rebateu Quartin sobre as acusações. Conforme o presidente, o Sintáxi/MS não ficou sabendo da licitação, ao contrário do que denunciou o taxista Paulo Pereira Lima.
“Quando surgiu os rumores de que haveria a licitação para o serviço no aeroporto, fomos até o sindicato e eles nos disseram que não era sobre Campo Grande, que aqui tudo iria se resolver e nós iríamos continuar nos pontos. O presidente falou para ficarmos tranquilo”, disparou.
“Depois fomos surpreendidos com a vitória da empresa paulista, que assumiu agora o serviço lá. Quando fomos cobrar o sindicato, eles não tinham resposta. Não sei se foi por incompetência ou de forma premeditada”, completou.
Por sua vez, Quartin destacou que o sindicato respondia pelo contrato de operação dos taxistas no aeroporto desde novembro de 2012. Segundo ele, a instituição pagava cerca de R$ 6 mil por mês à Infraero, valor cotizado entre os 44 motoristas do aeroporto, “sem cobrar um centavo a mais”, contou.
No período, Quartin ressaltou que o Sintáxi/MS recebeu série de “notificações disciplinares”, como por excesso de velocidade e mau atendimento. “Trabalhávamos de graça para muitos [taxistas] que não eram associados. Agora não podem cuspir no prato que comeram”, continuou.
O presidente do sindicato ainda reforçou o comentário do prefeito Marquinhos Trad (PSD) sobre a saída dos motoristas do aeroporto. “Faço minhas as palavras do prefeito: colheram o que plantaram”.
Licitação - Os taxistas que antes operavam no desembarque do aeroporto de Campo Grande agora ficam na Avenida Duque de Caxias, distribuídos nos dois lados da pista. Os motoristas têm direito a apenas uma vaga fixa no terminal. O grupo contratou assessoria jurídica para acionar a Justiça contra o “despejo”.
A licitação que resultou na contratação da Rodar foi aberta para disputa em junho. Única interessada, a empresa apresentou lance de R$ 6.650,00 por mês (R$ 418,5 mil em cinco anos), valor acima do estimado no edital, de R$ 6.500,00. O contrato para a prestação do serviço é válido até 2024.