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Capital

Custe o que custar, queremos justiça, diz tio de morto após agressão

Wesner morreu após ficar 11 dias internado por conta de 'brincadeira' com mangueira de ar em lava jato

Luana Rodrigues e Adriano Fernandes | 14/02/2017 15:35
Familiares e amigos de adolescente ao receberem a notícia na Santa Casa. (Foto: Adriano Fernandes)
Familiares e amigos de adolescente ao receberem a notícia na Santa Casa. (Foto: Adriano Fernandes)

A família de Wesner Moreira da Silva, 17 anos, está inconsolável. Na Santa Casa, a mãe e o tio preparam a liberação do corpo do garoto morto após ‘brincadeira’ com uma mangueira de ar, num lava jato, em Campo Grande. Além da tristeza, familiares também carregam o desejo por Justiça, agora que nada mais pode ser feito pela vida da vítima.

“O Wesner era um garoto que tinha todos os sonhos pela frente, ele não merecia algo assim, por isso queremos os dois culpados por isso o quanto antes na cadeia”, diz Elson Ferreira Silva, 52 anos, tio da vítima.

A mãe de Wesner, Marisilva Moreira da Silva de 44 anos, também está no hospital, mas preferiu não falar com a imprensa. O que a família conta é que ela chora muito. Já o pai do garoto acabou de receber a notícia em Corumbá, onde estava a trabalho.

“Nós vamos solicitar a prisão do Thiago e do Willian, porque isso não é justo. Eles mentiram para o delegado. O próprio Willian já havia dito que não acreditava que o Thiago iria fazer aquilo”, disse Elson.

Crime - Os dois suspeitos de terem cometido o crime contra o adolescente são Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, dono do lava jato, e Willian Henrique Larrea, 30 anos. Eles já foram ouvidos na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde o caso é investigado como lesão corporal grave.

O caso foi denunciado pelo primo da vítima, de 28 anos, na sexta-feira (3), mesmo dia que ocorreu o crime. No relato à delegacia, o rapaz disse que o adolescente “brincava com os colegas de trabalho”, quando um dos homens o agarrou e o dono do estabelecimento inseriu a mangueira de ar comprimido no ânus do garoto.

Morte - Wesner teve uma hemorragia grave e uma parada cardiorespiratória. Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, onde o adolescente de 17 anos estava internado há 11 dias, ele morreu às 13h35 desta terça-feira (14) depois que médicos tentaram reanimá-lo por 45 minutos.

No período em que esteve internado, o adolescente já havia passado por dois procedimentos cirúrgicos após perder metade do intestino grosso em decorrência da agressão.

Em termos técnicos, Wesner morreu após sofrer um choque hipovolêmico (grande sangramento na região toráxica) seguida de parada cardiorespiratória.

Ainda conforme a assessoria do hospital, até ontem, Wesner estava em uma das enfermarias e o quadro de saúde era considerado estável, embora médicos não tenham dado previsão de alta.

Hoje pela manhã, entretanto, ele vomitou e com suspeita de hemorragia interna foi encaminhado para a ala vermelha do hospital onde passou por uma endoscopia. Pouco tempo depois de fazer o exame, ele sofreu a parada cardíaca.

Há a suspeita de que a hemorragia seja em decorrência de uma lesão grave no esôfago, detectada pelo exame. Contudo, a causa certa da morte, segundo a assessoria de imprensa do hospital, só será determinada pelo médico legista.

O corpo está sendo preparado para ser encaminhado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).

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