Defensoria ainda estuda providências sobre carta de preso da Máxima
Oficialmente resumido a relato de possível risco à integridade física, o conteúdo da carta de um interno do presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande, será investigado pela Defensoria Pública.
Ontem, o Campo Grande News divulgou que o preso teria denunciado esquema bancado por facções criminosas para a entrada de armas, drogas e celulares na cadeia; relação promíscua da facção com servidores de presídios e o medo de um massacre.
Nesta quinta-feira (dia 12), por meio de nota, a Defensoria informou que recebeu a carta e os “defensores públicos que integram o Núcleo de Execução Penal em Campo Grande estão investigando a reclamação para deliberar a respeito de eventuais providências”, diz o documento.
A carta não foi divulgada. Conforme apurado pela reportagem, a denúncia é assinada por um único preso e foi encaminhada pela Secretaria de Direitos Humanos, em Brasília, à Defensoria Pública.
Na nota à imprensa, a Defensoria ainda informa que alerta as autoridades sobre a superlotação e em maio de 2016 pediu na Justiça a limitação da entrada de presos na Máxima, além da construção de uma nova unidade. O processo está na etapa final e aguarda sentença. A Máxima, localizada no Jardim Noroeste, tem 2.300 presos.
Sempre com potencial explosivo, o sistema penitenciário brasileiro ainda reverbera o massacre do do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus, onde 56 presos foram assassinados.
Na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), maior presídio do Estado, onde 2,4 mil estão encarcerados, pelo menos 600 internos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) estão isolados no raio II e sob constante ameaça de outros 1,3 mil presos, que se declararam oposição à facção criminosa paulista.