Começa transferência de líderes de massacre; MS é um dos destinos
Presídio Federal de Campo Grande é um dos destinos dos presos; Veja lista dos transferidos
Dezessete suspeitos de terem comandado o massacre que executou mais de 60 detentos em presídios do Amazonas, no primeiro dia do ano, no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus, começaram a ser transferidos para penitenciárias federais na tarde desta quarta-feira (11).
Como já sido apurado pelo Campo Grande News na semana passada, um dos destinos que deve abrigar ao menos dois nomes do alto escalão das facções é a Penitenciária Federal de Campo Grande.
Na manhã desta quarta-feira, o secretário de Administração Penitenciário do Amazonas, Pedro Florêncio, confirmou a informação ao Portal Uol.
Segundo Florêncio, os presos serão trazidos para Campo Grande e para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. A informação, porém, ainda não é confirmada pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional), que disse ao Campo Grande News que só irá se pronunciar quando todo o processo de transferência estiver finalizado.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Justiça também disse que, por questão de segurança, irá esperar a consolidação das transferências para aí sim informar os destinos dos presos.
Transferência - Segundo o Uol, a operação começou por volta das 2h (4h em Brasília) e tem apoio da PM (Polícia Militar) do Amazonas e da Força Nacional.
Os presidiários primeiro foram para o Batalhão de Choque da PM, que fica próximo à BR-174, em Manaus, onde passarão por triagem. Depois, por volta das 13h30, foram encaminhados para o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, onde embarcariam para os presídios de destino.
Massacre - Foi no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus, onde ocorreu o massacre de presos, quando 56 foram assassinados. Após a matança, 284 presos foram transferidos, em 3 de janeiro, para a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa - que estava desativada até então-, onde ocorreram novas mortes cinco dias depois. Quatro presos foram assassinados: três decapitados e um asfixiado.
Juntos com os mortos do Compaj e da UPP, até agora, foram assassinados 64 detentos durante a crise no sistema penitenciário do Estado.
A transferência dos presos envolvidos nas mortes se dá mediante autorização da Justiça e após a Força Tarefa da Polícia Civil identificar os nomes dos suspeitos de terem comandado e participado dos homicídios no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP).
Segue a relação de nome e crimes dos transferidos:
1. Adailton Farias da Silva (Compaj) – Artigo 121: Homicídio;
2. André Said de Araújo (Compaj) – Artigos 33, 35 e 157: Tráfico de drogas, associação para o tráfico e roubo;
3. Cláudio Dayan Felizardo Belfort (Compaj) – Artigos 33, 157 e 16: Tráfico de drogas, roubo, e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito;
4. Demetrio Antônio Matias (Compaj) – Artigo 121: Homicídio;
5. Eduardo Queiroz de Araújo (UPP) - Artigos 33 e 35: Tráfico de drogas e associação para o tráfico;
6. Fábio Palmas de Souza (Compaj) – Artigos 121 e 33: Homicídio e Tráfico de drogas;
7. Florêncio Nascimento Barros (Compaj) – Artigo 157: Roubo;
8. Gileno Oliveira do Carmo (Compaj) – Artigo 33: Tráfico de drogas;
9. Heuliton Cabral dos Santos (UPP) - Artigos 33 e 35: Tráfico de drogas e associação para o tráfico;
10. Janes do Nascimento Cruz (Compaj) – Artigos 33 e 35: Tráfico de drogas e associação para o tráfico;
11. João Ricardo Santos da Costa (Compaj) – Artigo 33: Tráfico de drogas;
12. José Bruno de Souza Pereira (Compaj) –Artigo 157, parágrafo 3º: Latrocínio;
13. Lenon Oliveira do Carmo (UPP) - Artigos 33 e 35: Tráfico de drogas e associação para o tráfico;
14. Márcio Ramalho Diogo (Compaj) – Artigos 157 e 33: Roubo e Tráfico de drogas;
15. Reginaldo Muller Neto (Compaj) – Artigo 33: Tráfico de drogas;
16. Rivelino de Melo Muller (Compaj) – Artigo 33: Tráfico de drogas
17. Wilson Guimarães Fernandes (Compaj) - Artigo 121: Homicídio.
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