Presídio federal do MS vai receber líderes de massacre no Amazonas
Sete homens foram identificados até aqui pela polícia amazonense como os responsáveis por rebelião que terminou com 56 mortos em cadeia de Manaus; Campo Grande deverá abrigar dois deles
O presídio federal de segurança máxima de Campo Grande é um dos estabelecimentos penais pré-selecionados pelo Ministério da Justiça e Cidadania para receber os líderes da rebelião nas cadeias do Amazonas, ainda em data a ser definida pelo Governo Federal.
Confronto entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e FDN (Família do Norte) terminaram com a morte de 56 detentos do presídio Anísio Jobim, em Manaus (AM), no último dia 1º, o maior massacre ocorrido em penitenciárias brasileiras desde o Carandiru, em São Paulo, em 1992.
Segundo apurou o Campo Grande News, a penitenciária federal sul-mato-grossense, com capacidade para 208 presos em celas individuais e considerada de altíssima segurança, é favorita a abrigar ao menos dois nomes do alto escalão das duas facções criminosas no Amazonas.
“Houve uma sondagem do pessoal de Brasília e eles ficaram satisfeitos com o resultado obtido em Campo Grande com outros detentos que comprometem a segurança geral”, disse um dos agentes do local, que pertence à administração.
A decisão de retirar os líderes do massacre do Amazonas e transferi-los para presídios federais foi acertada entre o ministro da Justiça, Alexandre de Morais, e o governador daquele estado, José Melo de Oliveira,no mesmo dia do massacre.
Até agora, a Polícia Civil amazonense identificou sete detentos como os responsáveis pelo motim. Segundo o delegado local Ivo Martins, as investigação durarão pelo menos 30 dias. Somente aí deverá ser iniciada a remoção dos acusados para outros estados.
Guerra – Desde o início dos confrontos entre PCC e FDN pelo controle do tráfico no rio Amazonas, em 2015, 19 detidos já foram transferidos para presídios federais. Ao menos dois deles, da facção originada em São Paulo, estão em Campo Grande.
A Polícia Federal aponta que o Mato Grosso do Sul é o principal caminho de transporte de drogas e armas do Paraguai e Bolívia para estados como São Paulo e Rio de Janeiro para o PCC. Por isso, novamente apenas integrantes desta facção deverão ser removidos para o estado, afim de se evitar novos conflitos.
O órgão também investiga se os líderes do PCC presos no presídio tiveram algum tipo de envolvimento com o ocorrido no Amazonas. Ligações entre líderes da facção comentando o ocorrido e jurando vingança foram identificados no Mato Grosso do Sul.
Confirmada a transferência dos detentos amazonenses, será ao menos a terceira vez nos últimos anos que Campo Grande abrigará detentos remanejados de outros estados após casos de repercussão ocorridos dentro de instituições penais.
O presídio da cidade já abrigou nove presos envolvidos na rebelião da cadeia de Pedrinhas, no Maranhão, em 2014. Em junho do ano passado, seis homens que atuaram no resgate do traficante conhecido como ‘Fat Family’ em presídio do Rio de Janeiro foram transferidos para a instituição sul-mato-grossense.