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Capital

Defesa diz que pistoleiro é “boi de piranha” e vítima de armação da polícia

José Freires foi denunciado por efetuar os disparos, nega o crime e está em liberdade

Aline dos Santos e Bruna Kaspary | 15/08/2018 08:50
Julgamento de José Freires (à esquerda e de camisa preta) acontece nesta quarta-feira. Cinco anos depois do crime. (Foto: Bruna Kaspary)
Julgamento de José Freires (à esquerda e de camisa preta) acontece nesta quarta-feira. Cinco anos depois do crime. (Foto: Bruna Kaspary)

A falta da identificação do mandante do crime de pistolagem contra o delegado aposentado Paulo Magalhães Araújo é apontada pela defesa do réu José Moreira Freire, que é julgado nesta quarta-feira (dia 15), como indício de uma “armação da polícia”.

“Ele não tem participação no crime. Foi uma armação da polícia para encobrir os verdadeiros mandantes e  autores. Ultimamente, o delegado Paulo Magalhães estava denunciando vários delegados estaduais. Causa espécie que pessoas que foram apreendidas com armas do mesmo calibre que mataram a vítima não foram sequer ouvidas, um negócio estranho. Estão querendo encobrir alguma coisa e colocando os dois como boi de piranha”, afirma Siufi.

Boi de piranha é quando um animal é sacrificado para salvar um rebanho mais valioso. José Freires foi denunciado por efetuar os disparos, nega o crime e está em liberdade. A defesa não chamou nenhuma testemunha para o julgamento, que acontece na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Para a promotoria,o processo não tem inconsistências. O promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos afirma que a acusação está pronta para exibir as provas do inquérito. Segundo o promotor, com o tempo, as autoridades policiais vão conseguir chegar ao mandante, que corresponde a outra ponta do crime.

Separados – O segundo réu pela execução do delegado é Antonio Benitez Cristaldo, que obteve liminar do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e teve o julgamento remarcado de hoje (dia 15) para 29 de agosto. Antônio foi acusado de fazer escolta em um carro para garantir o sucesso da execução.

O promotor se manifestou contra o desmembramento dos júris. Porém, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, separou os julgamentos devido ao histórico do caso, já adiado por viagens, problemas de saúde e renúncia de advogado. 

Professor universitário, Paulo Magalhães, morto aos 57 anos, é autor do livro “Conspiração Federal”, que teve circulação proibida pela Justiça. A obra traz relatos de cinco ex-agentes federais com detalhes sobre o funcionamento da presídio na Capital e denúncias de irregularidades.

O crime foi em 25 de junho de 2013, na rua Alagoas, em frente a uma escola do bairro Jardim dos Estados.

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