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Capital

Crime de pistolagem, execução de delegado completa 5 anos impune

Ministério Público denunciou duas pessoas à Justiça e um um terceiro suspeito foi decapitado

Aline dos Santos | 25/06/2018 09:23
Paulo Magalhães foi executado a tiros em 25 de junho de 2013. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Paulo Magalhães foi executado a tiros em 25 de junho de 2013. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Cinco anos depois do fim de tarde chuvoso em que o delegado aposentado Paulo Magalhães foi assassinado, o processo que investiga o crime, característico de pistolagem, segue sem desfecho na Justiça. No dia 25 de junho de 2013, Paulo, que também era advogado, foi executado em frente de uma escola no Jardim dos Estados, bairro nobre de Campo Grande.

Desde 4 de outubro de 2013, o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou duas pessoas à Justiça. Um terceiro suspeito de participação foi assassinado. O corpo de Rafael Leonardo dos Santos foi encontrado no lixão, na saída para Sidrolândia. A vítima foi decapitada e a identidade foi esclarecida por meio de exame de DNA.

De acordo com o Ministério Público, o então guarda municipal José Moreira Freires, que era garupa de uma motocicleta, efetuou diversos disparos de revólver contra o delegado, que estava dentro de um veiculo, na rua Alagoas. 

Já Antônio Benitez Cristaldo foi acusado de fazer escolta em um carro para garantir o sucesso da execução. Em 30 de outubro de 2014, veio a decisão para que eles fossem a julgamento, mas as defesas recorreram ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Não houve identificação de mandante.

Neste ano, o STJ negou pedido para anular a sentença de pronúncia, que mandou Freires e Cristaldo para julgamento, e o processo voltou a "andar" na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. 

Viagem e saúde - Primeiro, o juiz  Aluízio Pereira dos Santos definiu que seriam julgados no dia 21 de junho. Mas, o advogado Rene Siufi, que defende José Freires, informou que tinha viagem internacional agendada na data e pediu a reagendamento para agosto.

O magistrado, então, antecipou o júri popular para o dia 8 de junho. Contudo, Siufi anexou ao processo informação de que sofreu uma queda, teve fratura no nariz e teria que passar por cirurgia. Desta forma, o juiz transferiu o julgamento de José Freires para 15 de agosto.

A advogada Nabiha Maksoud, que atua na defesa de Antônio, informou ao magistrado que sofreu acidente doméstico, teve fratura na mão e passaria por cirurgia. Na sequência, o júri popular dele também ficou para agosto.

Julgamento de réus já foi remarcado várias vezes. (Foto: Paulo Francis)
Julgamento de réus já foi remarcado várias vezes. (Foto: Paulo Francis)

Confiança – O juiz Aluízio Pereira dos Santos afirma que o processo tem tramitação normal, mas passou a demorar um pouco mais após o habeas corpus dos acusados e os recursos da defesa. Os prazos são diferentes quando há réu preso.

“Marquei o julgamento para 21 de junho, mas o advogado comprovou para mim que tinha uma viagem para Portugal. Aí, antecipei para o dia 8 de junho, mas o advogado juntou atestados médicos. Como estou de féria em julho, a alternativa foi marcar para agosto. A lei fala que os réus têm direito a ser defendido pelo advogado de confiança. Não posso desprezar o atestado médico ou impedir de viajar”, afirma o magistrado.

Professor universitário, Paulo Magalhães, morto aos 57 anos, é autor do livro “Conspiração Federal”, que teve circulação proibida pela Justiça. A obra traz relatos de cinco ex-agentes federais com detalhes sobre o funcionamento da presídio na Capital e denúncias de irregularidades. A família do delegado aposentado prefere não comentar e aguarda a atuação da Justiça. 

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