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Capital

Defesa quer anular julgamento de PRF condenado por matar empresário

O recurso de apelação, com 61 páginas, cita 12 mentiras e aponta que condenação desconsiderou provas

Aline dos Santos | 20/06/2019 09:12
Advogado Rene Siufi (ao fundo) pede anulação do julgamento que condenou Ricardo Moon (de camisa branca). (Foto: Marina Pacheco)
Advogado Rene Siufi (ao fundo) pede anulação do julgamento que condenou Ricardo Moon (de camisa branca). (Foto: Marina Pacheco)

A defesa do policial rodoviário federal Ricardo Moon, condenado a 23 anos de prisão pela morte do empresário Adriano Correia do Nascimento e duas tentativas de homicídio durante briga de trânsito, pede a anulação do julgamento realizado em 30 de maio.

O recurso, que ainda lista 12 mentiras, foi anexado ao processo que tramita na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande e será remetido ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Conforme os advogados Rene Siufi e Honório Suguita, a manifestação dos jurados foi manifestamente contrária às provas contidas nos autos.

Conforme a defesa, o julgamento foi “viciado” pela mídia social. “Assim, de maneira inconsciente, já bombardeado pela notícia de jornais e da mídia eletrônica, condenaram o apelante sem apoio nas provas dos autos”.

Em 61 páginas de apelação criminal, os advogados rememoram o dia do crime, 31 de dezembro de 2016, citam contradições no depoimento das vítimas Agnaldo Espinosa da Silva e Vinícius Cauã Ortiz Simões, o aparecimento de flambadores na caminhonete do empresário e a ação de legítima defesa do policial, diante do risco de ser atropelado. A defesa pede que seja determinado um novo julgamento.

No dia 30 de maio, por maioria dos votos, os jurados – cinco homens e duas mulheres - decidiram pela condenação do policial pela morte do empresário e pelas tentativas de homicídio contra Agnaldo e Vinícius. O policial conduzia um veículo Mitsubishi Pajero, enquanto Adriano estava em uma caminhonete Toyota Hilux. O crime foi na avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande.

O policial alegou legítima defesa e que fez os disparos para cessar uma tentativa de atropelamento. Ele chegou a ser preso após o crime, usou tornozeleira eletrônica e respondeu ao processo em liberdade.

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