Deficit nas contas obriga Santa Casa a nova suspensão de cirurgias
Desta vez a restrição no atendimento se estende também aos pacientes particulares e de convênios
As cirurgias eletivas, ou seja, aquelas agendadas previamente, estão novamente suspensas na Santa Casa de Campo Grande e, desta vez, a decisão se estende aos pacientes particulares e aqueles que utilizam convênios. O motivo, segundo o hospital, é o baixo estoque de medicamentos, provocado por um deficit nas contas que chega a até R$ 3,5 milhões mensais.
Desta vez, o problema não está no atraso de repasses por parte da Prefeitura, como ocorreu em outubro. O vermelho nas contas mensais é um desequilíbrio financeiro que se arrasta há meses, segundo informações do hospital.
A decisão de suspender procedimentos particulares e de convênios foi justificada por conta de 90% dos atendimentos serem realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Atualmente o hospital trabalha com tabela do SUS equivalente ao que era pago em 2014.
Além disso, de janeiro a setembro deste ano a demanda só no pronto-socorro aumentou 41% quando comparado ao ano passado. O hospital informou ainda que são feitas em torno de 50 cirurgias eletivas por dia no hospital. Por enquanto, estarão mantidos os atendimentos de urgência e emergência.
“A decisão foi tomada por conta da baixa no estoque de medicamentos, mas aqueles que estavam em falta já foram comprados e o planejamento é de que retomemos os procedimentos na segunda-feira (28)”, diz o diretor técnico José Roberto de Souza.
Segundo o hospital, recursos correntes de convênios firmados proporcionaram a aquisição dos medicamentos, previstos para chegarem até este sábado (26), ocorrendo isso é possível retomar as cirurgias eletivas.
Em menos de um mês esta é a segunda vez que a Santa Casa suspende as cirurgias eletivas. No dia 27 de outubro a decisão foi tomada por conta de atraso no repasse da Prefeitura, o que se estendeu até o dia 7 de novembro, quando o valor de R$ 3,25 milhões foi depositado.
No dia 11 de novembro a Santa Casa propôs, em reunião intermediada pela promotora Filomena Aparecida Depólito Fluminhan, a municipalização do pronto-socorro ou aumento no valor repassado. O hospital pediu reajuste de R$ 7 milhões por mês sobre os atuais R$ 20,2 recebidos - ou seja, o novo contrato pedido soma R$ 326,4 milhões no ano, contra os atuais R$ 242,6 milhões referentes ao acordo que vence no dia 8 de dezembro. Uma nova reunião deve ocorrer na próxima semana.