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Capital

Depois de morte, instrutor orienta prática de rapel com segurança

Viviane Oliveira e Paula Vitorino | 12/12/2011 20:01

O Campo Grande News conversou com instrutor de rapel que dá dicas de segurança para os praticantes do esporte

Cachoeira do Inferninho é um dos locais turísticos de Campo Grande. (Foto: arquivo/João Garrigó)
Cachoeira do Inferninho é um dos locais turísticos de Campo Grande. (Foto: arquivo/João Garrigó)

A morte de Rosilene Melo Rodrigues, 41 anos, que caiu de uma altura de 30 metros no ponto turístico de Campo Grande conhecido como "Inferninho" na tarde de ontem (11), e suspeita de que ela estava fazendo rapel deixa os adeptos desse esporte em alerta. O local, que fica na saída para Rochedo é uma atração, mas palco de algumas tragédias.

O Campo Grande News conversou com o instrutor de rapel Ricardo Novaque que dá orientação para quem nunca praticou o esporte e para os equipamentos de segurança que são indispensáveis a essa modalidade.

Conforme Ricardo, a primeira providência que a pessoa deve tomar é procurar um instrutor de rapel. Não tem uma associação de rapelista, confederação, como existe de paraquedismo, portanto para a pessoa saber quem é instrutor tem que conhecer o profissional.

“O marketing geralmente é boca a boca, alguém que já fez ou que conhece. Algumas escolas grandes têm site e o currículo dos instrutores”, afirma.

Segundo ele, a maioria desses instrutores é militar, faz o curso com as técnicas de formação e depois se torna instrutor de grupos que querem fazer o rapel.

“Outra segurança é pedir os certificados dos cursos que a pessoa fez, eu, por exemplo, tenho os meus”, disse Ricardo.

Um bom profissional vai prezar pela segurança do aluno. Bebidas ou drogas não combinam com atividade radical. A atenção tem que estar 100% voltada para atividade. “Não pode ir um grupinho para cachoeira, beber e depois querer praticar o rapel”.

O profissional explica que a corda não pode amarrar direto na árvore ou na pedra, e sim colocar uma proteção antes para não desgastar a corda. A pessoa que for amarrar a corda tem que analisar bem o local. Tem que ter no mínimo dois instrutores por corda, um auxiliando na descida e outro fazendo a segurança. Se o aluno largar a corda, ele cai, se o instrutor estiver embaixo ele pode frear a queda.

“O aluno tem que usar a cadeirinha, uma de metal – o mosquetão e o freio”. O instrutor tem que pedir que o aluno use capacete para evitar impactos em pedras. Para Ricardo em qualquer local pode fazer o rapel, basta ter os cuidados necessários de segurança. Segundo ele, o inferninho é um local perfeito para praticar o esporte, desde que tenha os equipamentos adequados.

Para quem quiser fazer o curso de rapel é só formar um grupo de 10 pessoas e procurar a escola Fly Company. “Rapel é igual CNH (Carteira Nacional de Habilitação), o aluno faz várias aulas e depois ganha a preventiva. Rapel é mais arriscado do que dirigir por isso tem que ter mais cuidados, finaliza o instrutor Ricardo Novaes", afirma o instrutor.

De acordo com o coronel do Corpo de Bombeiro, Francimar Vieira da Costa, o rapel não é regulamentado e não tem norma de fiscalização.

Conforme o militar as pessoas que querem praticar o esporte precisam tomar cuidado em relação à situação do local.

Não pode estar na beira do precipício sem estar segura, ou presa por um equipamento, porque qualquer escorregão pode ser fatal.

O Corpo de Bombeiro não confirma que Rosilene estava fazendo rapel. De acordo com a assessoria do Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu no momento em que a vítima tentava tirar uma fotografia da paisagem. Ela teria sofrido uma tontura, acabou se desequilibrando e despencou de uma altura de cerca de 30 metros.

O delegado responsável, Weber Luciano de Medeiros, disse que consta no boletim de ocorrência que a vítima estava em companhia de amigos e familiares que iam fazer rapel, mas na hora da morte estava tirando foto da paisagem. “O caso só será esclarecido depois de ouvir depoimento das pessoas que estavam no local”, finaliza o delegado.

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