Desempregados há quase 1 ano, guardas civis se manifestam por convocação
São 173 aqueles que concluíram o curso de formação e esperam ser chamados
Das rendas de trabalhos informais estão vivendo a maioria dos 173 aprovados no último concurso público para a GCM (Guarda Civil Metropolitana) de Campo Grande, que deixaram seus empregos para fazer o curso de formação iniciado em julho do ano passado.
Na manhã desta terça-feira (27), quase 1 ano após, mais de 40 dos aprovados cobraram que os vereadores pressionem a prefeita Adriane Lopes (PP) a publicar o chamamento para o quadro da força municipal de segurança, convocando quem está à espera.
Valéria Diniz, 37, foi aprovada nesse último concurso, que ocorreu em 2020. Ela pediu demissão do emprego para fazer o curso e hoje se mantém fazendo diversos trabalhos como freelancer. "Foi muito bom, fomos bem preparados, mas até agora não fomos chamados. A maioria espera desempregado", afirma.
A aprovada estudou aproximadamente um ano para se sair bem na prova, feita por cerca de 9 mil candidatos no total. "É um sonho que eu e todos aqui queremos realizar", finaliza.
Gradativamente - O curso de formação terminou em 31 de novembro de 2022. Até lá, os aprovados ao menos puderam contar com uma bolsa-auxílio de R$ 800.
Fora os 173 aprovados, os demais formados foram chamados. Walantini Garcia, 32, ainda não. Atualmente, ele faz freelance como vigilante. "Eu era contratado por uma empresa e tinha uma renda formal. Dormia sossegado porque sabia que tinha como sustentar minha família", fala.
Ele cobra a promessa de que todos serão chamados gradativamente. Não é a primeira vez que o aprovado participa de manifestação pela convocação. "Pedimos à população que nos apoiem e aos vereadores que contribuam de forma mais efetiva para o nosso chamamento", afirma.
Walantini argumenta, ainda, que restam vagas no quadro da GCM e que é possível chamar os 178 agentes. Segundo ele, são 711 postos ainda disponíveis, até o limite definido por lei municipal.
Questionada sobre qual o atual efetivo da GCM em Campo Grande, a prefeitura informou ser de 1.192 integrantes. Informou também que já foram convocados 198 guardas aprovados no concurso e esclareceu que as novas convocações vão ocorrer conforme a lei, mas de acordo com a necessidade do Município.
Promessa - Remanescente do concurso, Thiago Oliveira alimenta a esperança de ser chamado para um novo curso de convocação até o vencimento do concurso, mesmo não tendo entrado na lista de aprovados. A prefeitura chamou 348 classificados, enquanto ele ficou na 359ª colocação.
Para isso, ele cobra cumprimento da promessa do ex-titular de Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social (Sesdes), Valério Azambuja, que pediu exoneração do cargo dezembro de 2022.
"O secretário tinha prometido que ia chamar mais do que os que tinham sido classificados para suprir déficit da GCM. Os remanescentes estão na expectativa. Agora, corremos o risco de o próximo secretário não nos chamar, fazer um novo concurso e isso virar 'um trem eleitoreiro que nunca acaba'", afirmou Thiago.
Ofício - O presidente da Câmara Municipal, Augusto Borges, o "Carlão" (SPB), garantiu aos manifestantes que ele e os demais vereadores estão elaborando ofício para enviar à prefeita Adriane Lopes. "Fomos procurados antes pelos aprovados para tratar dessa questão", confirmou.
O ofício vai coletar assinaturas dos parlamentares e passará, antes, pela avaliação da Comissão Permanente de Segurança Pública, presidida pelo vereador Alírio Villasanti, o "Coronel Villasanti" (UB), antes do envio à chefe do Executivo.