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Capital

Desfile cívico em Campo Grande reuniu mais de 20 mil; veja as imagens

Alunos e integrantes de fanfarras ensaiaram durante 6 meses para fazer bonito no 7 de Setembro

Silvia Frias e Viviane Oliveira | 07/09/2019 11:15
Bandeira de Campo Grande foi um dos primeiro símbolos a passar pela 13 de Maio.  (Foto: Kisie Ainoã)
Bandeira de Campo Grande foi um dos primeiro símbolos a passar pela 13 de Maio. (Foto: Kisie Ainoã)

Para alguns alunos de Campo Grande, o Dia da Independência começou há seis meses. Pouco depois do início do ano letivo, eles iniciaram a preparação para a data, com ensaios diários da banda de fanfarra para o desfile de 7 de Setembro, no centro da cidade. Hoje, foram algumas das estrelas para o público de 20 mil pessoas, conforme estimativa do coronel da Polícia Militar, Anderson Avelar.

Aos 16 anos, Gustavo Ferreira Bogado Villarinho, começou a participar de banda como instrutor e, hoje, aos 28 anos, é professor de música e maestro em três escolas estaduais de Campo Grande: Dolor Ferreira de Andrade, no bairro Maria Aparecida Pedrossian, José Mamede de Aquino e Ada Teixeira dos Santos Pereira, no Jardim Campo Belo.

No total, ensina música a 70 pessoas, entre estudantes e integrantes das comunidades dos três bairros. Para participar, não é preciso qualquer conhecimento prévio de música e ter curiosidade.

“Tem gente que sai da escola, mas continua na banda, eles adoram, ninguém falta”, diz. Dificuldades sempre existem: o professor cita a escassez de instrumentos e o difícil transporte de trompetes, tubo, bombardino, bumba e meia-lua, sempre feito no carro dele para atender os alunos nas três escolas.

Os ensaios começaram em março, cerca de uma hora e meia por dia de muita preparação. A banda preparou quatro cadências para hoje, entre elas, um “sertanejo raiz”, segundo o professor.

Um desses apaixonados é Kauã Faria de Arruda, 16 anos, aluno da escola Dolor Ferreira de Andrade, há sete anos integrando a banda, tocando trompete. O interesse por música começou cedo, ainda quando morava em Bodoquena. Quando se mudou para Campo Grande, logo procurou se integrar ao grupo. Além do trompete, também começou a tocar violão, há dois anos.

Kauã já traçou meta a longo prazo. “Meu sonho é viver de música”. Para isso pretende alistar-se no Exército e, depois, entrar na Faculdade de Música. Depois, prestar concurso e ingressar em orquestra nacional.

Ludmila de Oliveira, 13 anos, estava ansiosa pela participação no desfile. “Nem dormi essa noite”. A adolescente toca prato há cerca de um ano. “Não precisa ter conhecimento em música, precisa ter ritmo e concentração”. Ela lembra que se apaixonou quando viu a banda tocar durante o recreio na escola. “Achei muito legal e quis fazer parte, não falto aos ensaios”.

O grupo toca em datas comemorativas, como 26 de Agosto, 7 de Setembro, além de eventos na UFMS, creches e festas juninas. Hoje, ainda tem outra celebração pelo Dia da Independência, no bairro Coophavila.

Viaturas "retrô" durante desfile cívico. (Foto: Kisie Ainoã)
Viaturas "retrô" durante desfile cívico. (Foto: Kisie Ainoã)
Como é tradição, ponto alto entre o público foi desfile de viaturas militares.  (Foto: Kisie Ainoã)
Como é tradição, ponto alto entre o público foi desfile de viaturas militares. (Foto: Kisie Ainoã)

Neste sábado, estudantes e professores foram as estrelas diante do público que chegou cedo. Pouco depois das 6h, as arquibancadas já começaram a ficar lotadas ao longo da Rua 13 de Maio, uma tradição, principalmente, para as famílias.

A professora Antônia Rocha, 30 anos, foi uma das primeiras a ocupar lugar. “Acho que é um dia importante para preservar a tradição, mostrar quando o Brasil deixou de ser colônia de Portugal”.

Edneia Samuel de Araújo Alencar, 36 anos, só encontrou espaço na calçada. Apesar do local improvisado, apareceu preparada com banquinhos, toalha, suco e tereré. Este ano, Edneia veio ver o filho desfilar pelo projeto Cidade dos Meninos. “Desde pequeno ele gosta de assistir, este ano, participa”, contou.

As atividades oficiais tiveram início faltando 5 minutos para às 9h. No palanque, estavam governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o comandante do CMO (Comando Militar do Oeste), general de Brigada Lourival Carvalho Silva e o prefeito Marquinhos Trad (PSD) hastearam, respectivamente, as bandeiras do Brasil, de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande; e na sequência acenderam o fogo simbólico da Pátria e entoaram os hinos Nacional e da Independência.

As escolas municipais Antônio José Paniago e Professora Oneida Ramos abriram os desfiles cívicos, dos quais também participaram outras escolas municipais e estaduais, Cidade dos Meninos, Escoteiros, escolinhas de futebol, motociclistas, Associação de Diplomados da Escola Superior de Guerra, Projeto Florestinha, policiais da reserva e o Projeto Bombeiros do Amanhã. 

Como todos os anos, o ponto alto foi a passagem de policiais e de militares das Forças Armadas. A PRF levou comboio de viaturas novas, com filhos de policiais dentro, vestidos com os mesmos uniformes dos pais. O mesmo ocorreu na apresentação da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, que  apareceu, inclusive, com bote no desfile. Também participaram equipes das delegacias especializadas da Polícia Civil.

Os cavalos tiraram aplausos do público, apesar de em diferentes momentos parecerem arredios diante da aglomeração. Por conta da batida dos tambores, os animais se assustaram em vários momentos, mas sem incidentes.

Também tradição, grupo do "Grito dos Excluídos" fecham o desfile neste sábado.

Em alguns momentos, cavalos se assustaram por conta do barulho dos tambores.  (Foto: Kisie Ainoã)
Em alguns momentos, cavalos se assustaram por conta do barulho dos tambores. (Foto: Kisie Ainoã)

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