Destruição poderia ser menor se usina estivesse pronta, dizem catadores
Importante componente do plano de desativação do antigo lixão de Campo Grande, a UPL (Usina de Processamento de Lixo) poderia não ter sido consumido pelas chamas na manhã deste domingo (15) se não fosse o descaso do poder público, segundo os catadores.
A presidente da associação dos catadores, ex-trabalhadores do antigo lixão, Gilda Macedo conta que uma estrutura de concreto destinada para o armazenamento do material não foi concluída até hoje e deixou os materiais expostos.
Segundo os catadores, o incêndio poderia não ter destruído mais de 10 toneladas da cooperativa se o local estivesse pronto. “A culpa disso é toda do poder público que entregou a área sem estar finalizada”, afirma.
Para o catador Oswaldo Macedo, de 42 anos, diante da situação de perda total, os próximos dias são de apreensão e necessidade. “Meus filhos vão passar fome e eu também. Não vou pagar minhas contas de água e de luz”, diz emocionado o homem que trabalha há 9 anos com materiais recicláveis.
O desespero dos catadores é por conta da destruição de todo o material que seria vendido na próxima semana para pagamento do salário dos cooperados. O prejuízo estimado é de R$ 30 mil.
Incêndio - Três viaturas de combate a incêndio e outras duas de resgate estão no local. Além dos materiais, o maquinário da usina também foi atingido pelo fogo. Os militares trabalham no combate às chamas e o objetivo é resfriar todo o material para evitar que o incêndio se alastre.
Segundo os catadores, o terreno possui quatro barracões e muitos equipamentos. Para tentar salvar o que ainda não foi totalmente consumido, algumas pessoas se arriscam e entram na área para retirar sacos com materiais recicláveis de dentro dos barracões. A Polícia Militar já foi chamada para conter os trabalhadores.