Diversão no Dia das Crianças, pipa resiste em meio a era digital
Apesar de pouco frequente a prática de soltar pipas ainda é uma atividade que passa de gerações
Historicamente, um dos passatempos preferidos da criançada em Campo Grande, assim como jogar futebol, sempre foi soltar pipas. Com o avanço da tecnologia, a prática de colocar as pipas no ar foi um pouco esquecida pela geração atual. Mas ainda assim, principalmente no dia das crianças, comemorado hoje, 12 de outubro, é possível encontrar pelas ruas, adultos ensinando os pequenos a brincadeira tão praticada anos atrás.
No bairro Nova Campo Grande o professor de educação física, Thiago Mendes, 36 anos, ensinava o sobrinho Henrique Gabriel, de apenas 4 anos, soltar pipa “à moda raiz”, ou seja, ao ar livre, do jeito que sempre foi.
“A gente incentiva ele brincar bastante. Sair da facilidade do celular, da televisão. Fazer com que ele fique também fora da sala de casa. Aproveitei que ele ganhou a pipa na escolinha e estou tentando ensinar. Eu não era muito de brincar de pipa, mas é uma forma de ter contato. Super legal resgatar essas brincadeiras antigas. Acho importante tirar ele das telas e ter menos acesso a essas coisas”, destaca o professor.
O pernambucano Jenailson Teles dos santos, 34 anos, que há 12 anos se mudou para Campo Grande, não tinha o hábito de soltar pipa na infância, em sua terra natal. Mas em solo sul-mato-grossense foi influenciado a colocar a pipa no céu e ensinar o filho, Kauã Gabriel Rocha de 5 anos.
“Eu não soltava pipa quando era criança. Aprendeu a gostar com o tio dele, vê a gurizada soltando é pra ele é novidade. Ele já teve muitas pipas, esses dias ele soltou uma e foi embora. É importante para distrair um pouco, tirar da televisão e do celular. Sempre bom incentivar seus filhos que fuja da tecnologia. Eles gostam muito”, pontua o Jeanilson.
A falta de interesse das pela brincadeira é sentida no comércio, que antigamente faturava com a venda de pipas, linhas, rabiolas e outros itens para garantir a diversão. "Ano passado vendeu bastante, a procura era muito grande, chegava final de semana lotava de gente procurando produtos, até mesmo adultos queria. Até o ano passado fizemos reposição para o dia das crianças, mas esse ano percebi que não ia sair muita coisa então nem fiz muita questão de pegar”, lamenta a empresária Dayane Delmondes, 29 anos.
Se você gosta de soltar pipas e quer aproveitar o dia das crianças para resgatar esse velho hábito enraizado na cultura infantil, lembre-se de evitar aglomerações, manter o distanciamento e não utilizar cerol ou linhas cortantes, pois além de perigosas são proibidas na Capital.
