Dono diz que alvará estava em dia e fala em recomeço
Empresário diz que se "raio não cai no mesmo lugar, cai na mesma empresa", lembrando do incidente com outra loja da rede em 2007
O dono da rede de lojas Paulistão, que teve uma de suas filiais destruídas pelo fogo hoje (6), diz que tem seguro e também o certificado anual de vistoria do Corpo de Bombeiros. Gilberto Lopes Cardoso, de 64 anos, contraria a declaração dos bombeiros de que o estabelecimento estava sem a documentação.
O empresário estava muito abalado diante do estrago do que restou de sua loja na avenida Costa e Silva. “Se o raio não cai duas vezes no mesmo lugar, cai na mesma empresa”, lamenta lembrando do incidente ocorrido com outra loja da rede em 2007, na rua Rui Barbosa.
Sobre o alvará dos bombeiros, Gilberto explica que sem este documento não é possível contratar o seguro. “Estou tranquilo, depois do incêndio em 2007, contratei seguro para todas as minhas lojas. Fazem dois meses que o renovei. Foi uma fatalidade”.
A rede de lojas do Paulistão tem 39 anos de existência, a filial da Costa e Silva existe há 10 anos, com 31 funcionários. Com a tragédia, por enquanto eles serão encaminhados as outras unidades da rede. “Queremos apenas trabalhar, oferecer emprego e pagar impostos”, finaliza com bom humor o empresário Cardoso.
O incêndio começou por volta das 7h e foram necessárias 3 horas para que fosse controlado. A fumaça ficou tão alta que foi vista do outro lado da cidade, vizinhos tiveram de deixar os imóveis, 300 clientes da Enersul ficaram sem energia e o trânsito ficou tumultuado. O terminal de ônibus localizado próximo a loja chegou a ficar interditado.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o único documento relacionado à segurança que a loja tem é um certificado de Projeto de Prevenção a Incêndio e Pânico.
A Defesa Civil convocou engenheiros para avaliar a situação do prédio, que ficou destruído pelo fogo. A estrutura abrigava estoque de materiais plásticos, de papel e madeira, que são inflamáveis. O telhado desabou e as paredes ficaram com rachaduras.
Ainda conforme o tenente, no total foram usados 200 mil litros de água para combater totalmente as chamas. Durante a tarde, o foi feito o serviço rescaldo, para verificar se o fogo foi contido em todas as partes. “A expectativa é que gaste mais 200 mil com o trabalho de rescaldo e de resfriamento do que pegou fogo”, explica.
Por medida de segurança e para facilitar o trabalho dos bombeiros, a avenida Costa e Silva continua interditada no sentido Morenão/Atacadão. Agentes da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) estão no local orientando os motoristas. A energia também está suspensa no quadrilátero do estabelecimento.
Transtorno - Toda a região ficou tomada por uma fumaça acinzentada que atrapalhava a visibilidade dos motoristas e causava incomodo nas pessoas. Dificuldade para respirar e olhos ardendo eram alguns dos sintomas causados pelas labaredas.