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Capital

Em CPI, Butantan reforça que erro humano causou 'sumiço' de vacinas

João Humberto e Michel Faustino | 29/06/2016 16:38
Vice-presidente do Instituto Butantan prestou depoimento à CPI das Vacinas nesta tarde (Foto: Alcides Neto)
Vice-presidente do Instituto Butantan prestou depoimento à CPI das Vacinas nesta tarde (Foto: Alcides Neto)

No depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Vacinas, durante reunião no plenarinho da Câmara Municipal nesta tarde, o pesquisador e vice-presidente do Instituto Butantan, Marcelo de Franco, reforçou que o sumiço de três mil vacinas contra a gripe suína nos postos de saúde da Capital tem a ver com erro humano, ou seja, se perderam por conta de falha no manuseio das doses e até problemas no transporte dentro da cidade. Negou que o instituto tenha enviado frascos com doses a menos.

O secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, e até mesmo a assessoria de imprensa da prefeitura já afirmaram que a ‘falta’ de vacinas seria decorrente do envio de frascos com oito doses ao invés de dez pelo Instituto Butantan. Em seu depoimento, Marcelo explicou que o processo de fiscalização das doses, tanto na elaboração quanto na distribuição, é rigoroso.

Aos vereadores integrantes da CPI das Vacinas, o vice-presidente do Butantan assegurou que, conforme protocolo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em cada frasco devem ser depositadas dez doses. “O laboratório acaba incluindo mais 5 ml dentro dos frascos”, revelou.

De acordo com Marcelo, a máquina que faz envasamento das vacinas nos frascos possui controle rígido. Em cada frasco são depositadas de dez a 11 doses que somam de 5.3 ml a 5.7 ml. “O equipamento é programado e nunca distribui doses a menos, só a mais”.

Cada dose conta com 0,5 ml e dá para uma pessoa adulta, já crianças com até cinco anos são vacinadas com metade da dose, ou seja, 0,25 ml. No caso específico dos pequenos, a vacinação é dividida em duas etapas, sendo a segunda só aplicada só após seis meses, segundo Franco.

O vice-presidente do Butantan destaca que as doses talvez tenham se perdido em decorrência do manuseio, transporte e aplicação das vacinas. Ele acredita que em outros estados e municípios aconteceu o mesmo tipo de problema ocorrido em Campo Grande. “A falta de doses é decorrente de erro humano. Às vezes os enfermeiros desperdiçam vacinas e no caso do transporte incorreto, podem estragar. Por esse motivo precisam ser transportadas em locais refrigerados, de 4 a 8 graus”, observa.

Neste ano, foram distribuídas 58 milhões de doses ao Ministério da Saúde, que faz a distribuição aos estados, segundo Marcelo.

Em xeque – Os vereadores integrantes da CPI das Vacinas confrontaram Marcelo para saber se o Instituto Butantan vai tomar providência em relação às declarações do secretário Ivandro Fonseca, mas o depoente disse que, por enquanto, nenhuma atitude será tomada.

Insistindo que a imagem do Butantan foi denegrida diante das afirmações de Ivandro, que colocou em xeque a idoneidade do instituto, os vereadores foram incisivos, mas Marcelo reiterou que é preciso que o assunto seja tratado com cautela. “Não vamos nos manifestar por enquanto, pois não chegou nada oficial ao laboratório relatando essa possível distribuição errônea das doses”, pontuou.

A CPI das Vacinas é composta pelos vereadores Marcos Alex (PT), presidente; Dr. Livio (PSDB), relator; Chiquinho Telles (PSD), Vanderlei Cabeludo (PMDB) e Edson Shimabukuro (PTB). Eles ouvem também a superintendente de Epidemiologia e Vigilância em Saúde de Mato Grosso do Sul, Kátia Mougenot.

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