Em menos de 24h, presidiário fuzilado em perseguição na Gunter Hans recebe alta
Polícia marcará depoimento dele e trabalha para encontrar atiradores
Em menos de 24 horas, Sérgio Luiz Nunes da Silva, 42 anos, feridos a tiros de fuzil em perseguição e atentado na Avenida Gunter Hans, em Campo Grande, nesta quinta-feira (11), recebeu alta da Santa Casa de Campo Grande. Agora, ele deverá ser ouvido pela Polícia Civil, que trabalha para localizar os atiradores.
A perseguição ocorreu na manhã de ontem depois que Luis deixou o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, onde cumpre pena por tráfico de drogas. Ele estava acompanhado de uma mulher em um Ford Ka e quando acessaram a Gunter Hans, a dupla de moto começou a disparar.
Os atiradores chegaram a sofrer acidente de moto e neste ínterim, mesmo ferido, Luis conseguiu dirigir até a 6ª delegacia de polícia, próxima dali, onde pediu socorro. A mulher que ocupava o Ka não foi atingida, mas durante a perseguição, outra mulher, de 38 anos, que passava na rua foi ferida no braço por bala perdida. Ela foi levada para o Hospital Regional, no Aero Rancho.
O Corpo de Bombeiros socorreu Luis dentro da delegacia. Conforme informações, Sergio tinha três perfurações por arma de fogo, na coxa e abdome, e outras perfurações por estilhaços no corpo todo. Ele estava consciente e orientado, sendo levado para a Santa Casa de Campo Grande. O trajeto até o hospital foi acompanhado pelos policiais e outras viaturas dos bombeiros, para garantir a segurança da vítima.
As investigações estão sob responsabilidade da 5ª Delegacia de Polícia. Ao revelar que Luis já recebeu alta, o delegado Rodolfo Daltro explicou que irá entrar em contato com o advogado dele, para marcar o depoimento. "Ele estava de saída da Gameleira e tem data para voltar, não sabemos se o advogado vai peticionar ao juiz pedindo transferência".
Daltro ainda explica que mesmo feridos no acidente que sofreram, os suspeitos não procuraram socorro. "Agora trabalhamos para saber a motivação e autoria, não tem uma linha de investigação especifica, há várias linhas", ponderou.
A polícia também conta com o apoio de câmeras de segurança que flagraram a perseguição e que irão ajudar, além de identificar os atiradores, a "entender a logística do crime". Cerca de 10 comércios já disponibilizaram imagens.
Ameaças - Sérgio já havia pedido transferência da Gameleira para presídio em Aquidauana, a 141 quilômetros da Capital. A defesa alegava que ele estava sob ameaça de morte do PCC (Primeiro Comando da Capital). O pedido foi feito em junho deste ano pelo advogado Samuel Fermow, levando em conta que o preso tem parentes em Aquidauana, mas foi negado pela Justiça.
Em sua justificativa, a VEP (Vara de Execução Penal), levou em consideração a periculosidade do detento: Sérgio Luiz foi condenado em quatro processos por roubo, tráfico de drogas, associação criminosa e posse ilegal de uso de arma de fogo. Somadas, as penas chegam a 39 anos, 7 meses e 25 dias. Do total, falta cumprir aproximadamente 22 anos e 10 meses das condenações e, desde maio de 2021, havia sido beneficiado com o regime semiaberto.
Em um dos despachos, o juiz Luiz Felipe Medeiros Vilela, da 2ª VEP de Campo Grande, considerou a superlotação do sistema carcerário, que inclui os estabelecimentos de Aquidauana, com menor efetivo policial, sendo necessário resguardar a população do município.
Perícia - Após a perseguição de ontem, foi realizada perícia em todo o trajeto percorrido pela vítima e atiradores. Em alguns trechos da Gunter Hans, a polícia localizou estojo deflagrado de fuzil 556 e próximo ao Coophavila, de 9mm.