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Capital

Em noite com -4ºC e uma morte, assistência social ajudou 22 pessoas nas ruas

Morador de rua morto não poderia ter sido encontrado porque estava em propriedade privada

Por Caroline Maldonado e Bruna Marques | 13/07/2024 14:02
Acolhido na Uaifa I em Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Acolhido na Uaifa I em Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Entre a noite de sexta-feira (12) e a madrugada fria deste sábado (12), que chegou a registrar 9°C, às 5h, em Campo Grande, a equipe do Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social) saiu às ruas e encontrou 22 pessoas precisando de ajuda. Dessas, 11 pessoas aceitaram acolhimento nas unidades de acolhimento e outras 11 recusaram. Foram entregues 12 cobertores, conforme a SAS (Secretaria de Assistência Social).

Com as rajadas de vento de 33 km/h, a sensação térmica foi de 5,06ºC no fim da madrugada, conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). As consequências da exposição ao frio podem ter provocado a morte de um morador de rua ainda não identificado, que aparentava ter 60 anos, no fundo de uma oficina mecânica, na esquina das ruas Ipamerim e Fraiburgo, no Bairro Moreninhas, em Campo Grande.

A SAS explicou que as equipes do Seas não entram em propriedades privadas para oferecer acolhimento, como no caso do senhor que estava na oficina. “É preciso que a população acione o Serviço para que possamos fazer a abordagem. Até o momento a identificação do homem não chegou as equipes do Seas, por isso não há como saber se ele já foi abordado ou até mesmo acolhido em alguma unidade”, diz a nota da SAS ao Campo Grande News.

Todos os dias e noites, as equipes fazem atendimento à população de rua nas sete regiões da Capital, buscando pessoas que possam precisar de ajuda ou atendendo a denúncias feitas por telefone. O trabalho inclui feriados e finais de semana.

No período de frio as abordagens são intensificadas na região central, viadutos, praças e espaços públicos, locais onde as pessoas em situação de rua costumam se abrigar. As equipes de abordagem são abastecidas com cobertores que são entregues às pessoas que recusam o acolhimento. Nos dias mais frios, são entregues sempre mais de um cobertor por pessoa abordada.

Para denunciar pessoas em situação de rua, basta acionar o Seas pelos telefones (67) 9 9660-6539 e 9 9660-1469.

Serviço - Desde a primeira onda de frio, no dia 20 de maio, os técnicos vêm monitorando os serviços de meteorologia para reforçar o estoque de cobertores e preparar as unidades de acolhimento, que neste período chegam a registrar um aumento de até 50% no número de acolhidos.

Também são realizadas buscas ativas em diversos pontos e localidades, mapeadas pelos bancos de dados da SAS. As pessoas que aceitam o acolhimento são encaminhadas para a UAIFA I ou UAIFA II, Casa de Passagem Resgate, destinada aos migrantes, ou Casa de Apoio São Francisco.

Nas unidades de acolhimento são oferecidas quatro refeições diárias, elaboradas por nutricionistas da SAS, há alojamentos individuais para grupos familiares, além de atendimento, assistência psicossocial e trabalho integrado com as demais pastas da gestão pública.

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