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Capital

Empresa desiste, obra para e reforma do Guanandizão pode ficar mais cara

Apesar de vencer licitação, a Ajota Engenharia e Construções disse agora que não tem condições de manter serviços.

Mayara Bueno | 12/03/2019 15:20
Fachada do Ginásio Guanandizão, em Campo Grande, cuja obra de reforma foi interrompida. (Foto: Marina Pacheco).
Fachada do Ginásio Guanandizão, em Campo Grande, cuja obra de reforma foi interrompida. (Foto: Marina Pacheco).

Vencedora da licitação para reformar o Estádio Guanandizão, em Campo Grande, a empresa Ajota Engenharia e Construção desistiu da obra pouco menos de um mês após ter iniciado os serviços.

A desistência vai gerar multa e penalidade a empresa, mas também atraso no cronograma e desembolso de um custo maior pela Prefeitura da Capital.

Segundo o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fioresi, a Ajota recebeu ordem de serviço para começar a intervenção no fim de janeiro e permaneceu até o fim de fevereiro. Neste período, foi iniciada a demolição de piso e outras estruturas.

“Só que a construtora pediu rescisão do contrato alegando não ter condição financeira de continuar. Na licitação, demonstrou que tinha condição pelos balanços que apresentou, agora alega que não tem capital de giro e o que resta é rescindir o contrato e penalizar a empresa”, explica o secretário.

As punições são multa de 2% do valor total da obra, que foi fixada em R$ 2,2 milhões, e impedimento da empresa de contratação com a Prefeitura de Campo Grande pelo prazo de dois anos.

Antes disso, no entanto, um processo vai ser aberto com direito de defesa da empresa. “Causa prejuízo para a Prefeitura, porque é um processo que custa, envolve trabalho de servidores, sem contar o tempo que se perde com isso”, informa o secretário.

O prefeito Marquinhos Trad reformou a responsabilidade da empresa. “A culpa não é da prefeitura. Como que pode uma empresa que participou da licitação, venceu e depois fala que não consegue fazer pelo preço que colocou. Eu não vou ficar aditivando [desembolsando mais dinheiro] de maneira alguma. Isso é irresponsabilidade da empresa, que vai causar um prejuízo para cidade”.

Em uma das áreas do ginásio, resquícios de lugar em obra. (Foto: Marina Pacheco).
Em uma das áreas do ginásio, resquícios de lugar em obra. (Foto: Marina Pacheco).

E agora? – Aguardada com expectativa, a reforma do ginásio, anunciada com pompas pelo governador Reinaldo Azambuja e o prefeito Marquinhos Trad, vai demorar mais ainda para ser entregue à população. O município já convocou a Recoma, empresa segunda colocada na licitação feita em 2018.

A construtora terá uma semana para responder se aceita assumir a obra ou também desiste. Até a contratação e retomada da obra, é certo que levará ao menos três meses, segundo o secretário de Infraestrutura.

Sem terceira colocada, caso a Recoma rejeite, a Prefeitura terá de fazer uma nova licitação. Neste caso, o processo é maior e a cidade terá de esperar pelo menos seis meses para a reforma ser iniciada.

Mais cara – O teto da obra, ou seja, o limite previsto, foi de R$ 2,2 milhões. Contudo, a empresa desistente apresentou proposta no valor de R$ 1,8 milhão. A segunda colocada, que poderá assumir a obra, deu proposta de R$ 2,1 milhão, R$ 300 mil a mais do que a Ajota.

Os poucos serviços executados pela construtora que desistiu não chegaram a ser pagos, porque o município faria a medição do que foi feito até o começo de março. “Mas antes disso, a empresa pediu para sair. Teoricamente, pelo serviço feito, a empresa tem direito a receber, mas como não chegou a emitir certidões, não tivemos como pagar por enquanto”, explica Rudi Fioresi.

A inauguração do Guanandizão, apelido do Ginásio Poliesportivo Avelino dos Reis, na Vila Nhanhá, ocorreu em 1984. Esperada, a obra colocaria fim à inatividade de cinco anos - a expectativa era que o local fosse reativado em 30 de novembro de 2019.

No dia 31 de janeiro deste ano, a Prefeitura de Campo Grande e Governo de Mato Grosso do Sul oficializaram a parceira para possibilitar a obra completa. O contrato prevê revitalização em toda a estrutura, dos banheiros, passando pelo sistema hidráulico e elétrico às calçadas em volta do prédio.

Por dentro do ginásio, paredes descascadas no Guanandizão. (Foto: Marina Pacheco).
Por dentro do ginásio, paredes descascadas no Guanandizão. (Foto: Marina Pacheco).
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