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Capital

Enfermeiros ameaçam greve diante de “cenário de guerra” na Santa Casa

De acordo com sindicato, pacientes estão nos corredores e falta desde leito à roupa de cama

Por Jhefferson Gamarra | 29/08/2024 16:05
Entrada do Pronto Socorro do hospital (Foto: Paulo Francis)
Entrada do Pronto Socorro do hospital (Foto: Paulo Francis)

Diante da superlotação no Pronto Socorro da Santa Casa de Campo Grande, os enfermeiros do hospital, representados pelo Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Mato Grosso do Sul), ameaçam iniciar uma paralisação na próxima semana. A decisão será tomada em Assembleia Geral marcada para terça-feira (3), às 12h30, no saguão principal do hospital. Segundo os trabalhadores, o local é comparado a um “cenário de guerra”.

O presidente do Sindicato, Lázaro Santana, afirmou que a superlotação expõe tanto pacientes quanto profissionais a riscos. "A falta de materiais e recursos humanos compromete até o banho dos pacientes. A sobrecarga de trabalho está levando a um aumento nos casos de acidentes e adoecimentos, tanto físicos quanto mentais. É uma situação de calamidade que precisa ser resolvida urgentemente", alertou Santana.

O sindicato afirma que já notificou a direção do hospital, Ministério Público, Ministério do Trabalho e o Conselho Estadual de Enfermagem sobre a situação. Segundo Siems, apesar de a Santa Casa e as autoridades públicas estarem cientes do problema, nenhuma medida efetiva foi tomada até o momento.

“Falta roupa para o paciente vestir, roupa de cama, faltam leitos, pacientes estão sendo internados nos corredores, ficam sentados em cadeiras de fios por dias esperando uma vaga. Estão pedindo por socorro. Diante de toda essa problemática, os profissionais também sentem os impactos, o cansaço com a sobrecarga e a pressão psicológica podem acarretar severos erros na assistência”, alerta Lázaro Santana.

Em resposta ao sindicato, a Santa Casa confirmou a gravidade da situação e informou que as autoridades públicas estão cientes do problema. No entanto, até o momento, não houve qualquer ação concreta por parte da prefeita municipal ou do governador estadual.

O hospital explicou que a superlotação se deve ao aumento da complexidade dos casos atendidos e afirmou que tem comunicado regularmente a situação às autoridades de saúde do município e do Estado, por meio de ofícios e reuniões com o Ministério Público Estadual, a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde. Apesar disso, até agora, não recebeu nenhum retorno formal que possa mitigar a crise.

A reportagem tentou contato com a assessoria do hospital para comentar a situação, mas até a publicação da matéria não houve retorno. O espaço segue aberto.

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