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Entre dúvidas e curiosidade, Parcão é aprovado no seu primeiro domingo

Criadores consideram inauguração de espaço positiva, mas ainda não se inteiraram de todas as regras para levar cães até setor do Parque do Sóter

Humberto Marques e Izabela Sanchez | 03/02/2019 19:02
Julie foi levada por Nilvia e Agnaldo para conhecer o Parcão. (Foto: Izabela Sanches)
Julie foi levada por Nilvia e Agnaldo para conhecer o Parcão. (Foto: Izabela Sanches)

Com uma demanda que começou a chegar no fim da tarde, quando o sol deste domingo (3) deu uma trégua, o Parcão de Campo Grande teve seu primeiro fim de semana de atividades com curiosidade e falta de informações. A reportagem esteve no local em dois momentos e não identificou problemas como sujeira de animais ou brigas na área interna. Por outro lado, enquanto a medida também era aplaudida pelos tutores de animais, também era alvo de sugestões e pedidos para ser ampliado pela cidade.

O Parcão é uma área delimitada dentro do Parque do Sóter –na Mata do Jacinto, norte da Capital– onde é permitida a entrada de cães, desde que atendidas algumas exigências. O dono deve recolher as fezes do animal, que só pode ser levado por pessoas com mais de 18 anos e com coleira e guia (raças como bull terrier, mastim napolitano, doberman, rotweiller, dogo argentino, fila brasileiro, akita, chow chow, cane corso, pitbulls e mestiços destes têm de usar guias curtas, enforcadores de aço e focinheira). Cada pessoa só pode caminhar com um cachorro por vez.

O casal Nilvia e Agnaldo Omido aproveitou o fim de tarde para levar a pequena Julie, uma spitz alemã de 2 anos, para passear no espaço. Até então, o cãozinho caminhava apenas no entorno da residência. “Campo Grande, apesar de ser uma cidade com espaço verde, não tem espaços para levar os cães”, disse Nilvia, que disse não saber se o Parcão envolvia apenas uma parte ou todo o Parque do Sóter.

“Mas resolvemos ver como é e ver como funciona. É maravilhoso poder trazer ela até o parque”, disse a dona. Agnaldo, por sua vez, mostrou-se favorável à ampliação da ideia. “Tem um parque em São Paulo onde você pode até soltar o cão, que tem grade”, explicou.

Entrada no espaço público tem regras a serem seguidas...
Entrada no espaço público tem regras a serem seguidas...
... como limite de cães por pessoa e uso de guias. (Fotos: Izabela Sanches)
... como limite de cães por pessoa e uso de guias. (Fotos: Izabela Sanches)

Fabricante de guias para cães, Thely Silva, 24, saiu do Tiradentes –sul da Capital– para levar o pitbull Stark, de um 1 ano e 11 meses, para um passeio. Contudo, desistiu, não por problemas no espaço, mas porque considerou que, por volta das 17h30, o chão ainda estava quente demais para o seu pet se arriscar em uma caminhada –que poderia resultar em queimaduras e bolhas, além de outros problemas mais graves, caso a temperatura do solo esteja muito alta. “Não tinha nenhum espaço para os cães se encontrarem, então, é muito bom”, avaliou.

Avaliação – Aos poucos, mais vizinhos e moradores de outros bairros chegaram ao Sóter, movidos pela novidade. Entre eles, pessoa que aprovavam a iniciativa, mas demonstraram ainda não ter detalhes sobre as regras de funcionamento do local –algumas delas fixadas em uma placa na entrada. Cães de maior porte, por exemplo, estavam sem focinheiras quando avistados pela reportagem.

O inspetor de ensino Eduardo Alves, 26, levou ao local os pitbulls Notorious BIG, de 8 meses, e Dakota, de 1 ano e meio. “Sempre ando com os cães. Se ficam muito em casa ficam nervosos, roem móveis, comem chinelos. Achei muito boa a iniciativa (do Parcão)”, afirmou, vendo no espaço uma oportunidade, também, de quebrar pré-conceitos sobre a raça, considerada violenta. “Discriminam muito os pitbulls”, considerou.

Alves apontou apenas o fato de não encontrar no Parcão locais para que os cachorros possam se refrescar no calor. “Não tem onde dar água, então, acabei comprando uma garrafa”.

Criadores que foram a encontro próximo ao Parque do Sóter aprovaram criação de espaço exclusivo para animais. (Foto: Izabela Sanches)
Criadores que foram a encontro próximo ao Parque do Sóter aprovaram criação de espaço exclusivo para animais. (Foto: Izabela Sanches)

Rafael Purlanetto, 39, funcionário público e organizador de um grupo de criadores de bull terriers, destacou que o Parcão “é uma coisa que realmente precisava em Campo Grande. O Parque do Sóter é um espaço bom para os cães, mas não podíamos acessar”, disse, enquanto passeava com Venom, de 1 ano e meio. Os fãs da raça se encontrariam no entorno do local.

Morador da região da saída para Sidrolândia, o estudante Vagner Roberto, 22, levou seus dois filhotes de pit bull até o Sóter para a atividade com outros criadores e, também, a fim de conhecer o Parcão. “Soube da abertura pelo noticiário. Vim do outro lado da cidade para vir aqui. Quero começar a frequentar, não tinha para onde levar os cachorros, mas agora tenho”.

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