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Capital

Estelionatário vende terreno com documento falso e lucra R$ 100 mil

O golpe foi descoberto no dia 2 de agosto deste ano quando o verdadeiro proprietário tentou vender o lote

Viviane Oliveira | 14/08/2018 13:57
O terreno fica na esquina da Rua Charlote, no Jardim Aero Rancho, região sul da cidade(Foto: arquivo pessoal)
O terreno fica na esquina da Rua Charlote, no Jardim Aero Rancho, região sul da cidade(Foto: arquivo pessoal)
Documento falso utilizado pelo golpista (Foto: arquivo pessoal)
Documento falso utilizado pelo golpista (Foto: arquivo pessoal)

Um estelionatário lucrou R$ 100 mil com a venda de um terreno de esquina na Rua Charlote, no Jardim Aero Rancho, usando documento falso e a certidão de casamento do entregador Pedro Duarte de Oliveira, 49 anos. O golpe foi descoberto no dia 2 de agosto deste ano quando a vítima tentou vender o lote.

A dona de casa Lúcia Conceição de Oliveira Friozi, 57 anos, irmã de Pedro, contou que anunciou no site da OLX a venda do terreno. Um corretor de imóveis entrou em contato com ela dizendo que havia conseguido comprador e intermediaria a venda se recebesse comissão.

Os dois, então, entraram em acordo e quando o corretor foi consultar a documentação para concretizar a venda verificou na certidão de matrícula - que havia um processo sendo realizado com os dados da vítima no Cartório de Notas do 5º Ofício.

No tabelionato, os irmãos descobriram que um homem de aproximadamente 70 anos usando a certidão de casamento e a identidade de Pedro tinha alterado a foto e a assinatura dele para concretizar a venda para uma construtora. Segundo Lúcia, a informação é de que o estelionatário já recebeu o dinheiro do negócio.

Ao lado esquerdo (Pedro) e do direito, o estelionatário (Foto: arquivo pessoal)
Ao lado esquerdo (Pedro) e do direito, o estelionatário (Foto: arquivo pessoal)

“Nós ficamos assustados. Na hora de apresentar a documentação, meu irmão percebeu que não estava com a identidade. Como ele só usava a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), não tinha sentido a falta da RG. Só depois é que chegou a conclusão, após revirar toda a casa, que havia extraviado o documento”, explicou Lúcia.

Segundo os irmãos, depois da situação esclarecida pelo verdadeiro dono do lote, o tabelião informou que a escritura só poderia ser cancelada por ordem judicial e que já havia feito a solicitação. Ele disse que à família pode continuar com o procedimento de venda. Porém, não deu um prazo de quando o processo será liberado. "O erro foi do cartório. A assinatura do golpista é muito diferente da minha", lamentou Pedro. 

Ele e a irmã contam que ainda tentam vender o lote, mas quando explicam a situação para os interessados, eles desistem. "Estou desempregado e precisando muito desse dinheiro. Agora, a gente não sabe quando isso será resolvido", reclamou. 

A Polícia Civil alerta que em caso de perda, roubo ou extravio de documentos, um boletim de ocorrência deve ser registrado para que a pessoa não se torne vítima de estelionatários. O registro pode ser feito pela Delegacia Online no site http://devir.pc.ms.gov.br/#/. 

Outro lado - O cartório, em nota, afirmou que foi vítima, assim como todos os envolvidos.  Segundo a informação prestada à reportagem, o cartório adotou todas as medidas legais e administrativas cabíveis. "Ao tomar conhecimento da utilização do alegado documento de identidade falso, a serventia bloqueou a escritura e comunicou o fato, pedindo providências junto ao juiz-corregedor, diretor do foro da Comarca de Campo Grande, responsável pela fiscalização dos serviços notariais e registrais, e está no aguardo da decisão".

Conforme a nota, o cartório "esclarece ainda que está contribuindo com as autoridades competentes a respeito deste caso e permanece à disposição para todos os esclarecimentos que se ainda se mostrarem necessários".

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