Estudantes de medicina da UFMS protestam e dizem que curso enfrenta descaso
Dentre as reivindicações, alunos pedem melhoras na infraestrutura da Famed, além de mais professores capacitados para dar aulas
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Cerca de 100 estudantes do curso de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) se reuniram com cartazes em uma mobilização na tarde desta quarta-feira (9) na frente da reitoria da universidade. Segundo eles, a intenção é chamar atenção para o descaso que há no curso e não deixar em esquecimento, além de pedir respostas e soluções para os problemas.
Os alunos fizeram uma carta aberta em que relatam a precariedade da infraestrutura, além da falta de aulas. Dentre os problemas, eles reclamam que a capacidade dentro da sala de aula é de 60 anos que desde 2015 o número aumentou para 80, com isso os alunos chegam a sentar ao lado do professor ou ficar próximo a porta por conta da superlotação.
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A conclusão da construção da nova Famed (Faculdade de Medicina) estava prevista para 2015, mas até o momento não foi entregue, a obra estaria parada por falta de verbas.
Segundo a estudante do 2º ano Isabela Rocha Rubini de 19 anos, em janeiro teve uma reunião com o reitor onde foram apresentados alguns dos problemas. “Nós entendemos que não é possível fazer tudo. Eu não acho que eles não tentem, mas tem que tentar com mais vigor, porque só assim pra gente ter um retorno”, disse.
Ainda segundo a carta dos estudantes, o laboratório de anatomia humana está praticamente aos pedaços. “Lá nós temos problemas com os corpos anatômicos, a gente estuda em peças. Não chega novos corpos há mais de dez anos”, afirmou a estudante.
A reivindicação também afeta o corpo docente. Em algumas matérias não há professores disponíveis. “Parte dos professores são bastante dedicados, capacitados e bons, mas também há uma parcela que deixa de comparecer as aulas, outros que chegam atrasados", afirmou.
“Não queremos manchar a imagem da universidade, nós queremos é melhorar, formar novos médicos e fazer com que a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul também seja um referencial não só São Paulo, por exemplo”, concluiu.
Em nota a Administração Central da UFMS, disse que é respeitada a manifestação dos acadêmicos em favor de melhorias na qualidade do ensino.
Ainda segundo a Administração Central, a prioridade da instituição tem se concentrado na conclusão das obras inacabadas, que inclui a expansão do curso de Medicina. A conclusão da obra é objeto de processo licitatório com previsão de conclusão dos trâmites administrativos até o dia 15 de setembro de 2017. O valor estimado da contratação é de R$ 575.412,72.
Em relação a aquisição dos equipamentos de climatização do prédio da Famed, há um processo em tramitação na PROADI (Pró-Reitoria de Administração e Infraestrutura) em fase de elaboração dos documentos para o início da licitação. O valor estimado para essa aquisição é de R$475.000,00. O total de investimento para o novo prédio em Campo Grande é de R$ 1.050.412,72.
Já em relação ao Laboratório de Anatomia Humana citado na carta dos estudantes, o projeto arquitetônico para revitalização do espaço também está sendo elaborado pela PROADI com supervisão da docente responsável. Quanto à doação de corpos ao laboratório, estão em curso as tratativas finais com o Instituto Médico Legal (IML) para a elaboração de um instrumento jurídico que possibilite a efetivação a ação.
A respeito dos itens presentes no manifesto dos estudantes referentes ao corpo docente, internato e coordenação de curso, informa-se que cabe à direção da Faculdade de Medicina encontrar mecanismos para resolução das demandas.
A nota é finalizada dizendo:“a atual gestão da UFMS reforça que seu compromisso central está direcionado à valorização dos estudantes e à busca da excelência nas áreas no ensino, da pesquisa, da extensão e da inovação”.