Ex-chefe do HU reforça que devolveu R$ 4 mil de plantão pago em viagem
"Tão logo fui informado do erro, fiz o ressarcimento ao erário público", diz médico
Ex-superintendente do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande, o médico ortopedista Claudio Wanderley Luz Saab reforçou, por meio de nota enviada à reportagem, que fez a devolução de valores pagos por plantões nos dias em que estava viajando, inclusive recebendo diárias.
Na última quinta-feira (dia 8), o Campo Grande News divulgou relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) que apontou a irregularidade. A reportagem havia informado a devolução dos R$ 4.068.
“Vale também ressaltar que eu não tinha conhecimento que os referidos depósitos feitos na conta corrente eram referentes ao pagamento dos APHs dos dias que estava em deslocamento a trabalho para outra cidade, o que desnatura o ato de improbidade. Tão logo fui informado do erro, fiz o ressarcimento ao erário público no valor de R$ 4.068,00”, informa o médico.
As viagens eram para acompanhar a transição da gestão do hospital da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) para a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). Atualmente, Saab é diretor de Atenção à Saúde da Ebserh.
“Ainda é preciso ressaltar que todas as ausências foram comunicadas aos responsáveis pelas escalas e os pacientes foram devidamente atendidos por outro médico da unidade. Neste sentido, cabe admitir que houve erro de comunicação interna para revisão e alteração das escalas de plantão”, diz a nota.
Além dos benefícios duplicados, o relatório também aponta que há indícios de que o servidor tenha recebido o montante de R$ 10,8 mil por plantões, sem que tenha trabalhado.
De acordo o documento, o médico estaria escalado para plantões todas as terças-feiras, de janeiro a maio de 2016. No entanto, os fiscais não localizaram nenhum indício de que ele realmente tenha feito atendimentos a pacientes ou ido ao trabalho nas referidas datas.
“Quanto à parte sobre atendimentos de plantões todas as terças-feiras, de janeiro a maio de 2016, que questiona a falta de assinatura nos atendimentos prestados é preciso esclarecer que o Humap é um hospital de ensino, logo, os atendimentos são efetuados pelos médicos residentes necessariamente. Cabe aos médicos plantonistas a orientação e o acompanhamento dos médicos residentes na condução de seus trabalhos”, diz o médico.
O HU fez mudanças no controle do plantão. “Atualmente há um controle de checagem e contra-checagem, o que não ocorria antes. Há colaboradores que montam as escalas de plantão, outros colaboradores homologam e outros fiscalizam, para evitar qualquer pagamento indevido”, informou a assessoria de imprensa do hospital no dia 8 de junho.