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Capital

Falta de informação e acesso são explicações para baixo cadastro de crianças

Estimativa é de que haja 90 mil crianças a serem vacinadas, mas apenas cerca de 8,6% fizeram o registro online

Aletheya Alves e Beatriz Magalhães | 09/01/2022 10:50
Menino em calçada na entrada da Favela do Mandela, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Menino em calçada na entrada da Favela do Mandela, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Aguardando o envio de doses do Ministério da Saúde para iniciar imunização de crianças, de cinco a 11 anos, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que apenas cerca de 8,6% desta faixa etária estão cadastradas no sistema municipal. Nas ruas da Capital, famílias explicam que a baixa adesão é motivada principalmente por falta de informação, acesso à internet e medo.

Estimativa da Sesau é de que haja 90 mil crianças a serem vacinadas em Campo Grande. Para facilitar e agilizar o processo de imunização, é indicado que as famílias cadastrem seus filhos, dentro da faixa etária, no site vacina.campogrande.ms.gov.br.

Dona de casa e moradora do Jardim Noroeste, Maria da Costa Nunes, de 43 anos, é responsável por seus dois netos, de 9 e 10 anos. Afirmando que os dois irão se vacinar, ela explicou que não sabia sobre o cadastro, “ele não foram cadastrados ainda porque eu não sabia se já tinha aberto. Agora que sei vou fazer isso”, disse.

Maria da Costa Nunes, de 43 anos, explica que não sabia sobre abertura do cadastro. (Foto: Paulo Francis)
Maria da Costa Nunes, de 43 anos, explica que não sabia sobre abertura do cadastro. (Foto: Paulo Francis)

De acordo com Maria, toda sua família que já estava apta a receber a imunização está com o calendário vacinal em dia. "Eu acredito na vacinação sim, só não sabia se precisava ir em posto de saúde ou se era de outro jeito para as crianças”, explicou.

Mãe de quatro crianças, Rosana Silva, de 42 anos, relatou que chegou a ir ao posto de saúde para pedir informações, mas que não realizou o cadastro por falta de acesso à internet. “Tenho filhos de 6, 8, 9 e 11 anos. No posto eles explicaram que eu precisava fazer pela internet, então estou esperando porque preciso da ajuda da minha filha mais velha”.

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Todos os quatro vão se vacinar porque é mesmo uma proteção para as crianças. Eu só preciso de ajuda porque não consigo mexer direito no celular, disse Rosana.

Líder da Favela do Mandela, Greiciele Naiara Argilar Ferreira, de 27 anos, contou que tem dois filhos aptos para a vacinação e que o cadastro deles já está garantindo. Sobre as outras famílias da comunidade, ela explicou que o medo também contribui para a falta de cadastro.

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Têm mães que estão com medo de vacinar seus filhos, as fake news têm atrapalhado e isso é um dos problemas que estão acontecendo. Mas eu penso que se eu me protegi, também vou proteger os meus filhos, explica Greiciele.

Também com o cadastro dos filhos em dia, o pedreiro Mauricio Rodrigues, de 33 anos, conta que já foi até em busca da vacina. “Eu fui em um posto para saber melhor e lá falaram que não chegaram as vacinas ainda. Tenho uma filha de 14 anos e ela já foi vacinada, aqui todo mundo se vacinou”.

Explicando a importância da imunização, o pedreiro disse que sua esposa se vacinou contra a covid-19 e algum tempo depois foi infectada pelo vírus. “Por conta da vacina os sintomas ficaram leves”, disse.

Cinco a 11 anos – O Ministério da Saúde permitiu que o grupo de crianças entre cinco a 11 anos sejam vacinadas contra o coronavírus. A previsão é de que as doses sejam disponibilizadas a partir da segunda quinzena de janeiro.

No Brasil, a primeira remessa das vacinas deve chegar em 13 de janeiro com 1,2 milhão de doses que serão distribuídas por todo o Brasil. Já no final do mês, 3,7 milhões de doses devem ser recebidas.

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