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Capital

Família acredita em gripe suína, mas diz que pedreiro era soropositivo

Luciana Brazil e Aliny Mary Dias | 29/05/2013 13:20
Mãe diz que agora ficou sozinha com a morte do filho. (Foto:Marcos Ermínio)
Mãe diz que agora ficou sozinha com a morte do filho. (Foto:Marcos Ermínio)
Cezar, segundo a família, era portador do vírus da Aids. (Foto:Reprodução)
Cezar, segundo a família, era portador do vírus da Aids. (Foto:Reprodução)

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) deve apresentar no prazo de 60 dias a causa da morte do pedreiro Cezar Melo Chaves, 32 anos, que morreu na madrugada de hoje, em Campo Grande, com suspeita da gripe H1N1. A família da vítima autorizou o exame necroscópico e o material coletado será enviado para um laboratório de São Paulo. O resultado sai no prazo máximo de 60 dias.

Além da suspeita da gripe Influenza, a família da vítima soube, na manhã de hoje, que Cezar era portador do vírus da Aids. A mãe dele, Iva Melo Chaves, 68 anos, ficou surpresa com a notícia e garante que nunca desconfiou da doença. “A gente não imaginava isso. Ele era tão caseiro, não bebia e não fumava”.

O irmão de Cezar, Daniel Melo Chaves, 38 anos, contou que um médico do SVO (Serviço de Verificação de Óbito), para onde foi levado o corpo de Cezar, teria telefonado, na manhã de hoje, dizendo que a morte, provavelmente, foi causada pelo vírus da gripe H1N1. Na mesma ligação, o médico também teria informado sobre o vírus da Aids.

Há menos de dois meses, a família foi surpreendida com outra morte, a do pai de Cezar. O homem de 54 anos teve uma parada cardíaca e morreu. “Agora fiquei sozinha. Depois que meu marido morreu, ele ficou sendo o homem da casa e agora estou sozinha”.

Segundo a família, Cezar já estava passando mal há pelo menos 15 dias. “Ele começou com gripe, febre, dor no corpo, tosse e fraqueza”, contou Daniel. Considerado tímido pela família, até mesmo dentro de casa, Cezar não reclamava de dor, apenas ficava deitado.

Entre remédios caseiros e xaropes, Cezar foi tratado pela mãe, como se estivesse com uma gripe comum. “No começo da semana ele melhorou, mas continuava deitado em casa. Ele tinha tosse seca e curta e não queria ir ao médico”, lembrou a mãe.

A mãe chegou a pensar que o filho estivesse abatido com a morte do pai. “No começo em nem me preocupei muito porque pensei que pudesse ser depressão por causa do pai”.

O quadro do jovem se agravou ontem, por volta das 18h30, quando ele pediu à mãe um xarope. “Ele disse que estava com dor no pulmão”, lembra Iva.

Depois de tomar o xarope, Iva lembra que o filho melhorou. “Eu saí, fui ao mercado, quando voltei ele estava passando muito mal. Estava branco, como uma parede, e gelado”.

Iva conta que pediu socorro ao filho Daniel que mora ao lado. Cezar foi levado para o UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Guanandi, por volta das 20 horas.

Lá, segundo a família, ele foi para o balão de oxigênio e já estava muito fraco. Cezar foi encaminhado para Santa Casa, por volta das 23 horas.

“Quando chegou à Santa Casa, eu vi eles levando meu irmão para uma sala onde ficam as pessoas mortas”, afirmou Daniel, por isso ele acredita que o irmão chegou morto ao hospital.

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