Família confirma morte cerebral de jovem atingido por tiro de policial
O jovem de 23 anos, que foi baleado na nuca em frente a conveniência na Avenida Coronel Antonino, teve morte cerebral. Wendell Lucas dos Santos passava pelo local quando foi atingido por um tiro. Os disparos foram feitos por um policial militar à paisana, que para evitar um assalto atirou quatro vezes contra o ladrão e acabou acertando, também, o rapaz que estava parado no semáforo.
Conforme Maria José dos Santos, 37 anos, cunhada de Wendell, o médico informou à família que o rapaz não tem chance de vida. “Eles vão esperar o coração parar, o que deve ocorrer em três dias. Ele já teve morte encefálica”, conta. A assessoria de imprensa da Santa Casa não confirmou a morte cerebral do rapaz.
Maria José conta que está muito preocupada com a situação, pois a mãe de Wendell tem 61 anos, sofre do coração e há 3 meses perdeu o filho mais velho, Wagner Vicente da Silva, 44 anos, em acidente de trânsito na BR-163. Ele estava de moto, quando se envolveu em acidente com uma carreta.
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O caso - De acordo com o delegado Nilton Pires Zalla, que atendeu o caso, o policial militar Flávio Luiz Galioto, 33 anos, lotado no Batalhão de Choque, estava na conveniência quando presenciou a tentativa de assalto.
Armado com revólver calibre 22, Fernando Trindade Gonçalves, 30 anos, abordou uma mulher de 44 anos e anunciou o assalto. O policial que estava à paisana, então, se identificou como PM e mandou que o bandido largasse a arma. Porém, Fernando disparou contra o policial, que reagiu e atirou por quatro vezes.
Fernando foi atingido por dois tiros na perna e um na região do tronco. Ele morreu no local. Durante os disparou, Wendel, que conduzia um Celta de cor chumbo, estava parado no semáforo junto com a namorada, quando foi atingido na nuca. “O carro ainda andou por 300 metros, a namorada dele conseguiu parar o veículo e acionar socorro”. O jovem foi encaminhado à Santa Casa por volta da meia-noite.
Ainda segundo o delegado, por enquanto não se sabe quantos tiros o bandido disparou, mas pela lesão em Wendell tudo indica que o projétil partiu da arma do policial, uma pistola .40. “Foi uma fatalidade. O policial agiu por legitima defesa. Ele se apresentou como policial e pediu para o assaltante baixar a arma, mas ele não obedeceu e continuou ameaçando as pessoas que estavam em frente ao estabelecimento”, diz a autoridade policial.
O assaltante, que morreu no local, estava passando por tratamento para dependência química em Goiânia e chegou ontem à cidade. Ele tinha várias passagens pela polícia, entre elas roubo, furto, posse irregular de arma de fogo e violência doméstica.
O caso foi registrado como homicídio simples, lesão corporal culposa, roubo majorado pelo emprego de arma na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. O policial vai responder o inquérito em liberdade. As duas armas, tanto do ladrão, quanto do policial, foram apreendidas.