Fiação é abandonada por telefônicas e dá dor de cabeça a moradores
Seja pela falta de manutenção adequada ou por incidentes envolvendo caminhões ou ônibus que se “enroscam” na fiação, é comum encontrar pelas ruas de Campo Grande fios de telefonia rompidos sobre vias e calçadas, pondo em risco a população. O primeiro desafio nestes casos é saber qual empresa precisa fazer o reparo, enquanto na prática o que se vê é o problema se manter por dias ou até meses.
Na Rua Antônio Bicudo, no Jardim São Lourenço, por exemplo, o problema que já ocorre há pelo menos um mês, segundo o senhor Carlos Bigatão, de 52 anos, mudou até mesmo a rotina de quem passa por lá. Fios de telefonia cederam depois que um ônibus enroscou na fiação.
“A rua virou rota alternativa durante as obras de recapeamento da Marquês de Lavradio e, depois que os fios arrebentaram, ninguém veio arrumar. Desde então, as pessoas até evitam andar pela calçada com medo de serem eletrocutadas”, queixa-se.
Na mesma rua, o rompimento dos cabos depois da passagem de um caminhão resultou em uma série de transtornos e prejuízos para o farmacêutico bioquímico Rondon Tosta, de 48 anos.
Os cabos caíram sobre a cerca elétrica de sua casa e a concessionária responsável pelo conserto só apareceu depois de quase 24 horas do ocorrido. “O alarme disparou, quebrou a cerca e até atingiu meu cachorro. Tive de desativar tudo e a empresa só foi aparecer depois que eu mesmo retirei parte dos fios. Foi um grande inconveniente”, comenta.
Antes disso, o morador enfrentou uma verdadeira maratona até conseguir com que uma das concessionárias fossem até o local. “Liguei na Oi, Claro e todas elas ficavam jogando a responsabilidade do conserto para cima da outra. Até com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) tentei contato, por email, mais não tive retorno”, completa.
No mesmo bairro, na Rua Cardoso de Almeida, o problema com a fiação se repete e o pecuarista Luiz Meilsmidth, de 64 anos, tomou uma providência paliativa por conta própria. “Eu mesmo tirei os fios rompidos do meio da rua e amarrei em um poste na calçada, por que o risco de atingir um motociclista era grande”, conta.
Além do risco, o pecuarista acredita que o problema agrava ainda mais a poluição visual pela Capital. “Acredito que muitos desses cabos telefônicos nem sejam mais utilizados para ligar telefonia nas casas, mas as empresas são negligentes e não prestam a manutenção necessária. Aí passam os caminhões, ônibus, enroscam e derrubam tudo”, conclui.
Operadoras – Em Campo Grande, pelo menos três operadoras detêm da maior parte das ligações de telefonia e de TV por assinatura nas residências. São elas: Vivo-GVT ; Claro-Net e Oi. A melhor maneira de tentar uma solução para fiações de telefonia rompidas é entrando em contato com cada uma delas.
E a logística é mesma para todas. O morador dever ligar, solicitar a vistoria e, caso a fiação seja de uma delas, o problema é resolvido. Os números para contato são: 103 15 (Vivo-GVT) ; 106 21 (Claro-Net) e 103 14 (operadora Oi).
Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a responsabilidade pela manutenção dos postes e redes telefônicas é dividida entre as empresas proprietárias dos mesmos (empresas de energia elétrica) e as operadoras que os alugam para a instalação de fios. Cabe a ambas as concessionárias usá-los e materem as redes de forma adequada.
A Anatel rotineiramente atende ocorrências via ouvidoria das companhias estaduais de energia elétrica e as direciona para as prestadoras de telecomunicações, para que sejam tomadas as providências. Em caso de risco de queda de postes ou de fios soltos, a orientação da agência é que a população entre em contato diretamente com a concessionária de energia elétrica que em seguida aciona as operadoras ou a própria Anatel. Instruções sobre os serviços e reclamações o consumidor pode fazer à agência acessando o link.
*Matéria editada às 18h34 para acréscimo de informações.