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Capital

Filhas de casal que torturou sobrinho confirmam castigos à criança

Nyelder Rodrigues e Bianca Bianchi | 24/02/2016 20:13
Meninas de 10 e 14 anos foram ouvidas na Depca e depois levadas para abrigo (Foto: Bianca Bianchi)
Meninas de 10 e 14 anos foram ouvidas na Depca e depois levadas para abrigo (Foto: Bianca Bianchi)

As duas filhas do casal que torturou o sobrinho de quatro anos durante rituais de magia negra, em Campo Grande, confirmaram à Polícia que viam a criança sofrer alguns castigos, mas que as torturas mais intensas e que resultaram em queimaduras, fratura e perda da visão era escondidas pelos pais.

As meninas, de 10 e 14 anos, prestaram depoimento nessa tarde na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), sob acompanhamento psicológico. "Elas afirmaram que viam o menino sofrer castigos, como ficar de joelho ou sem comer, mas que as demais torturas elas não presenciaram", explica o delegado Paulo Sérgio Laureto.

"Elas também contaram que percebiam as lesões no garoto e questionavam os pais sobre isso, porém eles diziam que eram acidentes domésticos, como queda da cama, entre outros", completa Laureto. Durante o depoimento, ambas garotas afirmaram nunca terem sofrido nenhuma tortura.

O caso - Conforme a polícia, o menino teve lesões graves no corpo causadas por queimaduras, socos e pancadas. Foram verificadas também, conforme o registro policial, ferimentos antigos, como inchaço na região dos testículos e unhas arrancadas.

O casal - ela com 31, ele com 45 - vai responder por tortura qualificada e abandono de incapaz. A pena é superior a 10 anos de prisão. As sessões brutais contra a criança aconteciam de três a quatro vezes por semana. A família mora em um conjunto de casas na rua Maracaju, Centro.

Além deles, um primo do garoto, de 18 anos, também é suspeito de participar das agressões e foi preso em Aquidauana - cidade localizada a 135 km de Campo Grande. De lá, ele foi transferido para a Depac (Delegadia de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, na Capital, onde permanecerá preso.

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