“Fiquei cego”, diz veterinário que matou cunhado
José passará por audiência de custódia na Justiça nesta manhã, para definir se ficará preso ou se poderá responder em liberdade
“Sangue subiu, fiquei cego”, disse em depoimento à Polícia Civil o médico veterinário José Bernardino Prado Lo Pinto, 25 anos, que matou o ex-cunhado, Erick Wagner Batista Inserra, 41 anos. O caso aconteceu na tarde de ontem (2), na Travessa Dunas, no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande. O filho de Erick estava na casa e presenciou o crime.
Conforme o auto de prisão em flagrante, José relatou em depoimento que Erick e sua irmã se separaram há quase 1 ano e desde então eles brigavam muito por causa dos bens da família e de ambos.
Erick, segundo depoimento de José, havia colocado todo o seu patrimônio em nome da ex, situação que gerou muita briga e passou a envolver toda a família depois que o relacionamento do casal acabou. Por causa das agressões que chegou a sofrer por parte de Erick, a irmã tinha medida protetiva.
Além disso, relatou, o ex-cunhado passou a ameaçar a mãe dele e o interrogando. As ameaças eram feitas por WhatsApp, messenger e ligações. Relatou ainda que não aguentava mais as ameaças, nem as brigas. A família já estava saturada, inclusive o filho de Erick, que não queria mais ficar com o pai, segundo depoimento de José à polícia.
Ontem à tarde, Erick foi buscar o filho na casa onde mora com sua mãe. O interrogando, então, saiu com o sobrinho para entregar para o pai. Porém, o garoto lembrou que havia esquecido o videogame e voltou para desinstalar o aparelho. Ao ficar sozinho com o ex-cunhado, segundo relatos dele à polícia, Erick estava alterado e passou a lhe ofender dizendo: “O que você está olhando seu bosta, seu merda, eu vou te pegar ainda”.
Foi neste momento, de acordo com o interrogando, que o sangue subiu. Ele, então, foi para dentro de casa e voltou armado. Mostrou o revólver para Erick e na sequência passou a atirar. Disse que ficou muito "nervoso, cego", saiu correndo atrás do ex-cunhado atirando e mesmo com a vítima caída no chão ainda fez mais um disparo.
Erick foi morto com pelo menos quatro tiros. Relatou ainda que o revólver calibre 22 usado no homicídio já estava na família há gerações. Após o crime, ele jogou as cápsulas deflagradas e ligou para a polícia. José não fugiu, não escondeu a arma e foi preso em flagrante por homicídio qualificado. O filho de Erick, que não teve a idade revelada, presenciou o crime. A vítima morreu no local.
José passará por audiência de custódia na Justiça nesta quinta-feira (3), para definir se ficará preso esperando o andamento do inquérito ou se poderá responder em liberdade.