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Capital

"Foi muita crueldade", dizem vizinhos de "Cauby", morto após agressão de guarda

Vítima que vivia em situação de rua morreu na Santa Casa de Campo Grande, um dia depois da agressão

Viviane Oliveira e Mariely Barros | 13/04/2023 12:43


Os moradores do Bairro Lar do Trabalhador estão revoltados com a morte de Cauby de Freitas Novaes, de 56 anos. Ele vivia em situação de rua e morreu na Santa Casa de Campo Grande, nesta quarta-feira (12), um dia depois de ser agredido pelo guarda civil metropolitano Emerson Teixeira Barbosa, de 48 anos, na Rua dos Narcisos, em Campo Grande. Veja, acima, o vídeo que os moradores fizeram em homenagem a Cauby.

Nesta manhã, cerca de 30 pessoas se concentraram no Centro Comunitário do bairro, na Rua Camilo Neres, onde deve ser velado o corpo. Segundo os vizinhos, Cauby era alcoólatra, vivia nas ruas do bairro havia anos, mas era muito querido. “Foi uma crueldade, uma covardia, o que fizeram com ele”, lamentou a dona de casa Maria Sueli de Oliveira, de 57 anos.

Ela contou que, apesar de ter problemas com o álcool, Cauby era tranquilo e tinha muitos amigos. “Ele vivia na rua por conta do alcoolismo. A mãe dele quando estava viva chegou a interditá-lo por conta disso”, contou. Compartilha da mesma opinião a comerciante Romir Gomes, 70 anos. “Era como um irmão”, desabafou.

A filha de Cauby, Katiucia Vasquez Novaes, de 33 anos, ainda está providenciando o velório do pai. “Quero que seja aqui no Centro Comunitário do bairro, onde ele era muito conhecido. Eu não era nem nascida, quando meu pai já vivia aqui”, contou.

Segundo os vizinhos, a vítima foi agredida pelo guarda municipal porque estava bêbada. “Ele já andava debilitado por causa de uma cirurgia que havia feito no pé. Cauby caía por qualquer coisa, não comia direito. Nós estamos muito revoltadas com tudo isso que aconteceu. Foi uma perda muito grande”, lamentou aposentada Lenir Cunha, de 70 anos.

Após o fato, o guarda municipal foi levado à delegacia, prestou depoimento e foi liberado. Câmera de segurança registrou o crime.

As imagens mostram Cauby caminhando pela calçada com sacola na mão. Ele para na grade de uma casa (parece que está falando com alguém), quando o guarda chega numa motocicleta Honda Biz, para próximo ao meio-fio, desce e dá um soco no rosto da vítima, que cai e bate a cabeça no chão. Depois, o agressor ainda diz alguma coisa, sobe na moto, faz o retorno e vai embora.

Por meio de nota, a assessoria da Guarda Civil Metropolitana disse que Emerson está afastado de suas funções há pelo menos um ano e responde a procedimentos administrativos. “A Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social informa que o servidor em questão nunca realizou rondas nas ruas e não estava em serviço no momento do fato ocorrido. Ele deverá responder criminalmente pela acusação”.

A Comissão Disciplinar já decidiu pela demissão do servidor pelos processos administrativos anteriores que ele respondia. A publicação deve sair no Diogrande (Diário Oficial do Município) na sexta-feira ou no sábado em edição extra.

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