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Capital

Foragido desde 2022, garoto de programa que matou namorado nunca saiu da Capital

Christian Rodrigues Simplício foi capturado nesta quinta-feira (22), 13 anos após crime

Por Bruna Marques | 23/02/2024 10:05
Corpo da vítima foi encontrado debaixo da cama no apartamento que ele morava (Foto: Reprodução/processo)
Corpo da vítima foi encontrado debaixo da cama no apartamento que ele morava (Foto: Reprodução/processo)

Condenado a 13 anos por homicídio qualificado, Christian Rodrigues Simplício, 30 anos, esteve foragido por um ano e seis meses, depois de não voltar ao Centro Penal Agroindustrial da Gameleira. Permaneceu em Campo Grande, onde era garoto de programa, até ser recapturado, ontem. Agora, voltará ao regime fechado para terminar a pena por matar estrangulado o namorado Onivaldo Rocha Mengual, 47, e esconder o corpo debaixo da cama, no dia 29 de novembro de 2011.

O suspeito estava foragido desde agosto de 2022, mas foi preso na tarde desta quinta-feira (22), por policiais da DHPP (Delegacia de Repressão aos Crimes de Homicídios e de Proteção à Pessoa), no Bairro Amambaí, em Campo Grande.

Conforme consta na denúncia do Ministério Público, Christian foi acusado de matar Onivaldo no apartamento onde a vítima morava, no Condomínio Trípoli, localizado na Rua Treze de Maio, região central da Capital.

O corpo de Onivaldo só foi encontrado três dias após o crime, pela zeladora do condomínio. De acordo com o inquérito policial, a vítima foi estrangulada com fio elétrico. No dia do crime, os dois estavam juntos no apartamento, momento em que iniciaram uma discussão, por conta de ciúmes.

No dia 5 de dezembro, Christian foi ouvido na delegacia e revelou detalhes sobre o crime. Segundo ele, duas semanas antes do assassinato, os dois passaram a discutir porque Onivaldo não o deixava sair de casa para fazer programa e outras atividades e que ele obedecia a vitima pois precisava morar em seu apartamento.

No domingo, dia 27 de novembro, os dois discutiram pelo mesmo motivo e as brigas foram ficando mais sérias. No dia do crime os dois foram na casa de uma amiga pedir dinheiro emprestado para comprar gás. A mulher deu R$ 10 e eles compraram pasta base próximo ao horto Florestal.

Vítima estava sem camisa e de short, enrolada em um lençol (Foto: Reprodução/processo)
Vítima estava sem camisa e de short, enrolada em um lençol (Foto: Reprodução/processo)

Durante a tarde, os dois consumiram a droga e a noite começaram discutir porque Christian queria sair de casa. A briga durou cerca de 1 hora. Na sequência, a vítima foi fazer janta e após se alimentarem, Onivaldo tentou se reconciliar com o suspeito, ele não quis, e disse que só aceitaria fazer as pazes se ele o deixasse sair.

A vítima não o autorizou sair de casa e a briga começou novamente. O suspeito chamou Onivaldo de “filho da puta”, momento em que ele foi para cima de Christian e o agrediu. O suspeito então deu um soco no namorado que caiu no chão e na sequência pegou uma faca e partiu para cima dele.

Ele desviou da faca, pegou o fio passou no pescoço e enforcou Onivaldo até a morte. Depois de morto, Christian enrolou o corpo em um lençol e escondeu debaixo da cama. Na sequência saiu do local e foi para Avenida Costa e Silva, onde permaneceu até o dia seguinte.

No dia 30 voltou no apartamento para trocar de roupa e pegar seus pertences pessoais. Durante depoimento, ele alegou que agiu em legitima defesa.

Cenário do crime - O corpo da vítima foi encontrado debaixo de uma cama box, ele vestia short verde e cueca branca. Onivaldo estava com as mãos amarradas por um pedaço de fio branco que também estava em seu pescoço e pés.

No piso do quarto havia um cachimbo tipo pipa de alumínio e uma camisinha lacrada. Na parte externa do banheiro havia manchas de sangue, assim como em outros cômodos do apartamento.

De acordo com a zeladora do condomínio, que foi quem encontrou o corpo, ela viu Onivaldo pela última vez no dia 28, por volta das 16h30. Por volta das 7h10, dia após o crime, ela foi até o apartamento dele e a porta estava trancada. 7h45 voltou e a porta estava semiaberta, chamou pelo rapaz, mas não foi atendida, 9h retornou na residência e encontrou a porta aberta. Na cama, ela viu um travesti dormindo sozinha, tentou acordá-lo, não conseguiu e foi embora.

Christian Rodrigues Simplício à época da prisão pelo crime (Foto: Arquivo)
Christian Rodrigues Simplício à época da prisão pelo crime (Foto: Arquivo)

Mais tarde ela voltou e viu a porta aberta e sentiu forte cheiro saindo de dentro do apartamento. O travesti continuava dormindo, foi acordado e disse que havia chegado por volta das 4h com o Christian e alegou ser sobrinho da vítima, mas que não onde ela estava e foi embora.

A zeladora encontrou o corpo da vítima enrolado em um lençol debaixo da cama, testemunhas disseram que a vítima e suspeito estavam morando juntos.

Na época do crime, Christian tinha 18 anos. No dia 6 de dezembro o Juiz Aluízio Pereira dos Santos determinou pela prisão temporária do suspeito. O desdobramento legal do caso foi marcado por reviravoltas. Christian foi inicialmente julgado em outubro de 2013, sendo condenado a 15 anos de prisão. Entretanto, a defesa do réu conseguiu anular o julgamento alegando inconsistências no processo.

Durante o cumprimento da pena, Christian fugiu do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira em agosto de 2022, prolongando o sofrimento das famílias envolvidas. Agora, com sua captura, ele será encaminhado ao sistema penal para cumprir o restante de sua sentença.

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