Galpão é "blindado" perto de rodoviária antiga para afastar droga
Entradas do galpão foram fechadas pelo muro há uma semana, mas usuários de drogas continuam no local
Um galpão, localizado na Rua Barão do Rio Branco, em frente a antiga rodoviária de Campo Grande, teve suas entradas concretadas com objetivo espantar os usuários de drogas do local que faziam de abrigo e depósito de objetos furtados na região. No entanto, para os comerciantes da região a medida é paliativa.
Ao Campo Grande News, uma salgadeira de 27, que prefere não se identificar, explicou que o muro, em frente as entradas do galpão, foi feito há uma semana. Segundo ela, alguns empresários doaram os materiais e a construção foi mobilizada pelo síndico da antiga rodoviária, na intenção de expulsar as pessoas em situação de rua que vivem por ali.
“Só que não mudou nada. Agora ao invés de ficarem no galpão, eles ficam na rua. Continuam passando e pedindo as coisas, pedem tanto que a gente fica agoniada. Além de furtarem nossas coisas. Eu fico aqui sozinha dá medo. Agora eles ficam em frente aos Correios, mas passam o dia todo por aqui”, disse a mulher.
Segundo ela, a medida não resolveu quase nada. Porque os usuários agora ficam nas calçadas e mesmo sendo retirados pela Polícia Militar, acabam voltando no dia seguinte. “A única coisa que ficou diferente é que eles não têm lugar para dormira gora. Mas ficam por aqui procurando sombra o dia todo”, explicou a comerciante.
A empresária e presidente do Bairro Amambaí Rosane Nely, 55 anos, alegou que desde a construção do muro passou a receber diversas reclamações por conta dos usuários que agora ficam espalhados pela região.
“Eles ficam agora na praça Aquidauana, na frente dos Correios. Os moradores ligam reclamando. O muro é uma medida paliativa, porque eles precisam de assistência social para resolver o problema. A melhor ação até agora foi quando colocaram o posto móvel da Polícia Militar aqui. Foram meses ótimos para quem trabalha aqui”, afirmou Rosane.
Dona de um brechó, mulher de 41 anos que também não quis se identificar, compartilha da mesma opinião. Para ela a única mudança é que agora os usuários perderam o local onde guardavam os objetos furtados, no entanto, permanecem perambulando no entorno da antiga rodoviária.
“Eles são presos de manhã e voltam a tarde. Eles querem ficar aqui. Tem familiar que vem e implora para irem embora, mas eles não vão. Eles só vão embora quando morrem. Eles ficam aqui furtando, pedindo dinheiro. É uma situação difícil, o muro não resolve nada”, declarou.
Em dezembro de 2022, equipe da GCM (Guarda Civil Metropolitana) realizou uma ação e 52 pessoas foram abordadas no entorno a antiga rodoviária. Ninguém foi detido e, conforme a a corporação, nenhum deles aceitou acolhimento em abrigo.