Gravação entre Dilma e Lula foi feita após o juiz Sérgio Moro cancelar grampos
O grampo telefônico que interceptou a conversa entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi feito duas horas após o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, ter determinado a suspensão dos grampos. A informação foi divulgada pelo site Uol.
A decisão de interromper os grampos foi acrescentada ao processo judicial às 11h12 desta quarta-feira (16). A Polícia Federal deveria ser comunicada com urgência, sendo que as 11h44, a diretora de Secretaria Flávia Cecília Maceno Blanco informou o delegado sobre a interrupção. "Certifico que intimei por telefone o Delegado de Polícia Federal, Dr. Luciano Flores de Lima, a respeito da decisão proferida no evento 112", segundo o documento.
Na decisão, Moro afirma que não há mais necessidade das interceptações, pois as ações de busca e apreensão da 24ª fase da Lava Jato já foram realizadas. Mesmo assim, a conversa entre a presidente e Lula sobre o “termo de posse” de Ministro da Casa Civil foi gravado às 13h32, segundo consta no relatório encaminhado ao juiz.
Foi o delegado Luciano Flores de Lima, o mesmo que interregou Lula no dia 4 de março, que juntou o áudio aos autos. A interpretação da força-tarefa foi que o ex-presidente teria sido nomeado como ministro para escapar de um suposto pedido de prisão do juiz Sérgio Moro. Como ministro, Lula só pode ser preso por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).
A gravação divulgada nesta quarta-feira acarretou em uma série de protestos por todo o País, contabilizando 15 estados, inclusive Mato Grosso do Sul, com ações em Campo Grande, em frente ao Ministério Público Federal, na avenida Afonso Pena.