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Capital

Greve dos enfermeiros provoca demora no atendimento e filas em postos de saúde

Alan Diógenes e Raiza Calixto | 23/06/2015 20:16
Usuários fazem filas em postos de saúde para passar pela triagem. (Foto: Fernando Antunes)
Usuários fazem filas em postos de saúde para passar pela triagem. (Foto: Fernando Antunes)

Usuários da rede municipal de saúde em Campo Grande estão sentindo na pele os reflexos que a greve dos enfermeiros, que já dura quatro dias, tem causado. Muitos não conseguem fazer procedimentos simples como: coleta de sangue e inalação e outros não conseguem nem mesmo passar pela triagem. O fato tem causado demora no atendimento e filas nos postos de saúde da Capital.

A operadora de caixa Angelina Brito de Santana, 31 anos, chegou à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino com um quadro de hemorragia grave. Ela ficou por mais de 4h30 sem conseguir passar por uma consulta. “Fiquei a maior parte do tempo na fila para fazer a triagem, sem almoçar e precisei faltar serviço”, comentou.

Dorival Carvalho de Oliveira chegou ao mesmo posto, por volta das 12h desta terça-feira (23), para conseguir atendimento médico para a esposa que sentia fortes dores nas costas. Ele reclamou da demora no atendimento, mas é a favor da greve dos enfermeiros. "Eu acho que eles estão certos sim em entrar em greve, porque eles precisam receber os salários. O ruim é ter esperar em fila”, mencionou.

O pedreiro Romar de Oliveira também levou a esposa Dorevir da Costa Paz, 41, para receber atendimento. A mulher que é diabética e tem problemas de coração, estava passando mal.

Usuário reclama de demora no atendimento. (Foto: Fernando Antunes)
Usuário reclama de demora no atendimento. (Foto: Fernando Antunes)
Paciente diz que esperou por mais de cinco horas na fila de espera. (Foto: Fernando Antunes)
Paciente diz que esperou por mais de cinco horas na fila de espera. (Foto: Fernando Antunes)

O casal chegou ao posto por volta das 8h de hoje e precisou “brigar” com a administração da unidade para que a paciente fosse atendida por volta das 14h. “É uma falta de respeito com o cidadão. Nós pagamos nossos impostos para a administração da Capital não repassar o pagamento aos enfermeiros. Saímos prejudicados e precisamos brigar para conseguir atendimento médico”, apontou.

Já a catadora de materiais recicláveis Zilda Rodrigues de Oliveira, chegou ao posto com fortes dores nos joelhos, por volta das 8h e só conseguiu ser atendida às 14h30. “É um absurdo a forma com que tratam a saúde da população. A gente fica na fila, sem almoço, para passar pela consulta e o médico nem olhar na nossa cara direito”, salientou.

No posto de saúde do Bairro Nova Bahia, o aposentado Larico Ferreira Borges foi acompanhar o filho Odinei Paz Costa, que foi mordido por um morcego. Eles chegaram por volta das 12h30 e só foram atendidos às 14h50.

Pai e filho tiveram que retornar para casa porque não havia vacina para evitar infecções no corpo. “Se ficar dependendo de posto de saúde a gente morre. Vou ver se consigo um atendimento particular para ele”, finalizou Larico.

Na noite de ontem (22), o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) determinou que 80% dos enfermeiros, que estão em greve, retornem ao trabalho, sob pena de multa de R$ 3 mil por dia. A categoria permaneceu em greve, mas decide nesta noite, por meio de assembleia, o rumo da paralisação.

Placas informativas sobre a greve foram colocadas em frente aos postos de saúde. (Foto: Fernando Antunes)
Placas informativas sobre a greve foram colocadas em frente aos postos de saúde. (Foto: Fernando Antunes)
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