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Capital

Greve dos médicos afeta 300 atendimentos e eletivas na Santa Casa

Aline dos Santos | 22/10/2015 09:41
Médicos cobram Santa Casa e direção alega não ter dinheiro. (Foto: Arquivo)
Médicos cobram Santa Casa e direção alega não ter dinheiro. (Foto: Arquivo)

Deflagrada nesta quinta-feira, a greve dos médicos que prestam serviço como autônomo ou pessoa jurídica à Santa Casa de Campo Grande resultou em 80 pacientes com consulta desmarcada e cancelamento de cirurgias eletivas (procedimentos agendados). Durante o dia, o total deve aumentar, pois a média é de 300 atendimentos diários no ambulatório.

A paralisação é para cobrar o pagamento que deveria ser feito até o quinto dia útil para 300 profissionais. De acordo com o presidente da Asmec (Associação dos Médicos da Santa Casa), Carlos Idelmar de Campos Barbosa, a maioria do corpo clínico é formada por prestadores de serviço (300), contra 100 contratados por regime celetista, e responde por todos os atendimentos no centro cirúrgico.

“É um segmento importante, um número significativo que trabalha nessa situação. A gente não gosta de fazer isso [greve] porque nossa função é trabalhar. Os atrasos são constantes, não recebemos nunca no quinto dia útil. Dessa vez, não só atrasaram, também não deram satisfação”, afirma.

Os médicos prestadores de serviço também cobram o repasse da produtividade, remuneração paga pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ao profissional que realiza procedimento cirúrgico.

Conforme Carlos Barbosa, o atendimento é normal nos setores de urgência e emergência. A greve foi avisada com antecedência de 72 horas ao MPE (Ministério Público do Estado), CRM (Conselho Regional de Medicina) e direção do hospital.

De acordo com o presidente da Asmec e a assessoria de imprensa da Santa Casa, não há reunião agendada. A assessoria informa que nem todos os profissionais aderiram à paralisação e que na manhã de hoje foram 80 pacientes com consulta desmarcada.

Ainda segundo o hospital, não há o número de cirurgias canceladas. A estimativa, conforme dado obtido pela reportagem é de que até 30 eletivas deixem de ser realizadas neste primeiro dia de greve. Ontem, a direção da Santa Casa justificou que não tem dinheiro em caixa para quitar o débito de R$ 3 milhões.

Desde o ano passado, o contrato da Santa Casa é prorrogado sucessivamente por 30 dias porque as negociações com a prefeitura não chegam a consenso.

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