Há quase 2 anos, pai luta por medicação contra convulsões diárias do filho
Irio nasceu com um quadro grave de epilepsia e gasto com medicação do menino de 1 ano e 10 meses é de R$ 394 por mês
“Só quem tem filho especial sabe”, diz com a voz embargada Elias Matheus Pietrobelli. Ele vive a dor da espera por uma decisão da Justiça. É a única solução para conseguir medicamentos que acabem com com as crises convulsivas do filho, Irio Matheus, de apenas 1 ano e 10 meses.
Com papéis espalhados na mesa da conveniência onde trabalha, na Rua Getúlio Costa Lima, no bairro Tiradentes, Matheus mostra que a "via crucis" pela saúde do filho já dura mais de um ano. Dos R$ 600 que ganha por mês, gasta R$ 394 só com os remédios do menino. Além dos gastos com fralda e alimentação restrita, já que Irio também é intolerante à lactose.
Irio é um sobrevivente. Quando nasceu, o menino passou três meses na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) após ser diagnosticado com hipoplasia do nervo óptico, hipercondroplasia e crise convulsiva de difícil controle, tratada com a medicação diária. As doenças que afetam o sistema nervoso.
“Ele nasceu de 36 semanas e teve sífilis congênita na gestação, passamos 96 dias na UTI. Logo que saímos do hospital entrei na Justiça e até agora aguardo a decisão porque o remédio não tem na rede pública. Só precisamos da assinatura do juiz”, desabafou.
Na conversa que dura pouco mais de 30 minutos, o olho de Matheus mostra o sofrimento de pai. Emocionado, ele faz pausas para contar que Irio precisa de doses diárias das medicações Keppra e Trileptal, ambos para epilepsia e custam R$ 197 cada frasco que dura aproximadamente 15 dias.
Há quase dois anos, a ajuda vem dos amigos e em outubro de 2019 entrou com ação na Justiça, para que governo e prefeitura banquem a medicação.
“Ele não pode ficar sem tomar os remédios, porque convulsiona e tem que ir pro oxigênio. Eu tive meus ganhos reduzidos por conta da pandemia, mas conto com a ajuda do patrão e das pessoas que vem aqui. Faço rifas e assim temos conseguido manter ele medicado”, destacou.
À reportagem ele explicou que o filho precisa passar por consultas mensais com três especialidades médicas – neurologista, geneticista e oftalmologista – inclusive para renovar a receita de alguns medicamentos que tem sido fornecida no posto de saúde do Tiradentes
“Estamos fazendo esse acompanhamento na Apae [Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais], graças a Deus, mas a receita eu tenho conseguido aqui no posto de saúde do Tiradentes porque para comprar o medicamento tem que estar com a receita atualizada todo mês. Com essa pandemia até a consulta médica ficou difícil”, explicou.
Ainda conforme Matheus, ele também tenta o benefício do Loas (Lei Orgânica da Assistência Social) para o filho, mas ainda não teve resposta no processo.
"Eu tô tentando aposentar ele, tentando o Loas, mas ainda não consegui. Tudo que precisamos é de assinatura nos processos para conseguirmos os remédios, fraldas e o leite que ele precisa. Só isso", concluiu.
Interessados em ajudar Matheus e seu filho, entrem em contato através do número (67) 99226-1894