Homem não consegue pagar “trabalho completo” e é ameaçado por falso pai de santo
Suposto religioso ameaçou vítima dizendo que caso não recebesse dinheiro "haveria grande derramamento de sangue"
Depois de ficar sem dinheiro para pagar por “trabalho completo”, homem, de 42 anos, registrou boletim de ocorrência nesta terça-feira (15) ao ser ameaçado e extorquido por suposto pai de santo. Vítima fez contato com o religioso por telefone com DDD 11, mas não sabe o nome e nem a cidade em que mora.
Conforme registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, o homem relatou que o primeiro contato com foi no dia 10 deste mês para “abertura de caminhos”. Foram cobrados R$ 50 pela consulta e mais R$ 1.000 para que o trabalho fosse feito.
Um dia depois, a pessoas que se identificava como pai de santo ligou para a vítima e disse que precisava de mais R$ 900 para fazer o serviço em relação à sua esposa e uma foto do casal. Depois de pagar os R$ 1.950, mais uma cobrança apareceu. O falso religioso perguntou se o homem conseguiria fazer mais pagamentos e o mesmo disse que o dinheiro havia acabado.
Foi quando o contato passou a fazer ameaças, dizendo que uma entidade havia “descido” e dito que o homem tinha renda suficiente para fazer os pagamentos. Justificando a conversa, o golpista disse gastou R$ 2 mil com os materiais para fazer os trabalhos religiosos encomendados.
Continuando a cobrança, o suposto pai de santo exigiu o pagamento até 18h de hoje e informou que caso o dinheiro não fosse depositado, o valor da cobrança dobraria, para R$ 4 mil. Além do novo valor, o homem também disse que iria cobrar a esposa a vítima, do contrário haveria “grande derramamento de sangue”.
Robson Facirolli, do Fórum Permanente das Religiões de Matriz Africana de Mato Grosso do Sul, afirma que "este tipo de ação não condiz com os mais de 1 mil terreiros que compõem o quadro religiosos dos Povos Tradicionais de Terreiro de Campo Grande".
Matéria alterada às 9h58 do dia 16 de setembro para acréscimo do posicionamento do representante dos integrantes da religiões de matriz africana na Capital.