Hospital Regional recebe 18,5 mil doses de antibiótico, em falta há 8 meses
Na Capital, famílias chegaram a precisar comprar remédio que ajuda a minimizar infecções por uso de respirador
O HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) recebeu remessa com 18 mil doses do antibiótico Polimixina B. Há oito meses, o medicamento estava em falta e resultou na reclamação de várias famílias do Estado que precisam do remédio para minimizar as infecções comuns por uso prolongado de ventiladores mecânicos.
Só em 2021, ao menos, quatro famílias procuraram o Campo Grande News para denunciar a falta do medicamento no hospital referência no tratamento da covid-19. Mas desde novembro de 2020, em razão da demanda ocasionada pela pandemia, a Polimixina B estava em falta na unidade.
Ainda em dezembro do ano passado, as empresas chegaram a enviar ao HRMS ofícios relatando a dificuldade para a fabricar a Polimixina B, sob a justificativa de que a aquisição dos insumos, provenientes da China, estava cada vez mais difícil.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, foram tomadas todas as medidas necessárias por parte do Estado para garantir o abastecimento de medicamentos.
"Nunca deixamos de suprir o Hospital Regional em todos os insumos. Houve problemas de desabastecimento mundial de certos medicamentos. Fizemos todo o possível para garantir o fornecimento desses medicamentos”, disse.
O hospital tem alguns contratos para o fornecimento do medicamento e uma das empresas chegou a fracionar a entrega e o último envio foi feito em março deste ano, faltando três lotes. Segundo o diretor-presidente do HRMS, Lívio Viana de Oliveira Leite, a empresa foi notificada e multada, mas mesmo assim, não cumpriu com o contrato.
Por essa razão, o setor de compras do hospital fez uma força-tarefa e encontrou nos processos e empenhos uma distribuidora que aceitou e entregou 18.505 ampolas do remédio.
“Entramos em contato com as empresas para negociar novas datas de entrega, algumas empresas aceitaram e outras cancelaram os compromissos, dessa forma, conseguimos uma carga suficiente do antibiótico para nossos pacientes não ficarem sem tratamento. Até o fim do mês, outra empresa deve enviar uma nova remessa com mais 18 mil ampolas de Polimixina B”, destaca Lívio Leite.