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Capital

Ilegais, ambulantes ocupam calçadas e geram concorrência desleal no Centro

Livre dos impostos pagos pelos lojistas, ambulantes vendem de tudo por preço que atrai consumidores

Por Jéssica Fernandes e Antonio Bispo | 12/08/2024 13:08
Em frente a loja fechada, ambulante vende meias e chaveiros no Centro. (Foto: Henrique Kawaminami)
Em frente a loja fechada, ambulante vende meias e chaveiros no Centro. (Foto: Henrique Kawaminami)

Meias, chaveiros, carregadores, guarda-chuvas, salgados, doces e outros produtos são vendidos em bancas improvisadas nas calçadas. Os ambulantes já são parte do cenário comercial na região do Centro de Campo Grande e em cada esquina é possível encontrar um ou mais na atividade irregular.

Concorrentes diretos do comércio formal, os ambulantes vendem, mas diferente dos lojistas não têm licença da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e não pagam impostos, como o ISS (Imposto Sobre Serviços) que é o tributo cobrado pelo município que incide na prestação de serviços realizados por empresas e profissionais autônomos.

No Centro, na Praça Ary Coelho, a reportagem flagrou quatro ambulantes, sendo dois estrangeiros e nenhum deles quis dar entrevista. Já na Rua 14 de Julho, apenas um topou conversar. Odair Gonçalves Cruz, de 58 anos, diz ter licença para vender no ponto, porém não apresentou nenhum documento para a equipe de reportagem.

Na calçada, próximo a Praça Ary Coelho, Odair comercializa doces diariamente. (Foto: Henrique Kawaminami)
Na calçada, próximo a Praça Ary Coelho, Odair comercializa doces diariamente. (Foto: Henrique Kawaminami)

Há quatro meses, o ambulante vende doces caseiros na rua e diz que o movimento tem sido bom. “Eu vendo bastante aqui, não tenho do que reclamar. Vendo doce caseiro então precisa sair logo porque senão estraga, mas as pessoas costumam comprar bastante comigo, graças a Deus”, afirma.

Na opinião dele, a Prefeitura de Campo Grande precisa cuidar mais do Centro, pois ele e outros ambulantes vendem em meio à sujeira. “Falta um olhar mais cuidadoso da Prefeitura, aqui a gente trabalha no meio do lixo, a praça precisa de mais cuidado", fala.

Alfamar Ferreira e Silva, de 66 anos, é um das pessoas que diariamente transitam pelo Centro. Ele comenta que costuma comprar dos ambulantes e que nas lojas os produtos aumentaram de preço.

Alfamar Ferreira diz que compra dos ambulantes porque nas lojas preços são altos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Alfamar Ferreira diz que compra dos ambulantes porque nas lojas preços são altos. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Os ambulantes eu não ligo de estarem aqui, compro deles quando preciso de algo também, não tenho problema quanto a isso. As lojas os preços são mais altos que o normal”, relata.

Ana Rosa de Moura, de 39 anos, trabalha como vendedora na região. Ela fala que cresceu o número de ambulantes nas calçadas, mas que não se importa com a presença deles. “Aumentou muito nos últimos tempos, mas não me incomoda eles aqui, pelo contrário, a presença deles traz mais variedades. Com eles posso comprar salgado, doce, meia, guarda-chuva”, explica.

O motivo de preferir fechar negócio com os ambulantes, conforme a vendedora, é pelo custo benefício. “É sempre mais barato que nas lojas, então compensa muito”, comenta.

Ambulantes dividem espaço na calçada da Avenida Afonso Pena. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ambulantes dividem espaço na calçada da Avenida Afonso Pena. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ambulante na Rua 14 de Julho é mais um que ocupa as esquinas do Centro. (Foto: Henrique Kawaminami)
Ambulante na Rua 14 de Julho é mais um que ocupa as esquinas do Centro. (Foto: Henrique Kawaminami)

Em abril deste ano, a CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande) pediu que a Semadur realizasse fiscalização na região devido a presença dos trabalhadores. Na época, a CDL justificou que a presença deles pelas calçadas e em frente às lojas está prejudicando as vendas dos comerciantes.

Fiscalização - A reportagem procurou a Semadur sobre o caso e questionou como está sendo feita a fiscalização, com qual frequência e qual orientação é passada aos ambulantes abordados. A reportagem também questionou se existe algum tipo de licença que permita a venda nas ruas, já que um dos ambulantes disse ter.

A reportagem não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto.

CDL - O Campo Grande News também tentou contato com a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) para saber o posicionamento sobre o caso e aguarda resposta.

Homem vende guarda-chuva em banca improvisada na calçada. (Foto: Henrique Kawaminami)
Homem vende guarda-chuva em banca improvisada na calçada. (Foto: Henrique Kawaminami)

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