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Capital

Infectologista alerta que lixo acumulado pode levar a nova epidemia de dengue

Paulo Yafusso | 16/10/2015 12:13
Cachorro vasculha em lixo que se acumula pela cidade. (Foto: Marcos Ermínio)
Cachorro vasculha em lixo que se acumula pela cidade. (Foto: Marcos Ermínio)

Os problemas na coleta do lixo poderá levar Campo Grande a enfrentar nova epidemia de dengue, principalmente por causa da chegada do período de chuva. O alerta foi feito pelo infectologista
Rivaldo Venâncio. Segundo ele, o Estado, que registra 30.839 notificações da dengue neste ano, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, poderá chegar aos 70 mil casos, repetindo o que ocorreu nos anos de 2007, 2010 e 2013.

“Não só é possível como provável”, afirmou ele ao comentar sobre a possibilidade da Capital enfrentar nova epidemia de dengue por causa do acúmulo de lixo nos terrenos. A afirmação foi feita durante entrevista ao Jornal das 7, na FM Educativa UCDB, na manhã desta quarta-feira. “Me faz perguntar, lembrando aquela canção, que pais é esse, ou que cidade é essa, que Estado é este. Nós estamos vendo uma concessionária de serviço público da cidade, não estou entrando no mérito de quem deve pra quem, não estou entrando nessa discussão, que por uma atitude, que isso não é greve de trabalhador, isso se chama “lockout”, é movimento de empresário, isso tem nome, é crime pelas leis trabalhistas, e nós estamos vendo esse movimento colocando em risco a saúde de 800 mil habitantes”, afirmou o infectologista que está em Feira de Santana, Bahia, convocado para auxiliar no atendimento aos pacientes com a febre Chikungunia.

Para ele, o problema na coleta do lixo precisa ser resolvido, para que a população não fique exposta a outros tipos de doença. “É inacreditável como nós somos incapazes de encontrar uma solução intermediária, em que se solucione esses problemas financeiros e contratuais entre a Prefeitura e essa concessionária de um serviço público. É tão importante a coleta do lixo como o serviço de saúde, como o serviço de educação”, comentou.

O médico infectologista alertou que o acúmulo de lixo nos terrenos pode criar outros problemas de saúde pública, como a circulação de ratos e em consequência disso o surgimento de casos de leptospirose, tétano, hepatite e doenças dermatológicas.

Lockout – No mês passado, quando a greve dos trabalhadores da CG Solurb completou dez dias, o MPT (Ministério Público do Trabalho) fez uma vistoria in loco na empresa, onde ficam os caminhões de coleta do lixo, para investigar a ocorrência de lockout (greve de empresa). O procurador Hiran Meneguelli Filho, que atualmente ocupa a chefia do MPT, verificou a situação de cada um dos caminhões que na época estavam funcionando normalmente e abastecidos.

Enquanto Hiran Meneguelli verifica a situação dos caminhões, o outro procurador, Paulo Douglas de Moraes, conversou com o gerente da unidade da concessionária onde ficam os caminhões, e obteve a informação de que naquele dia, 18 de setembro, havia 11 mil litros de combustível no estoque e que não havia nenhum histórico de veículo bloqueado por conta do atraso no pagamento do leasing.

Procurado pelo Campo Grande News para falar sobre essa situação referente ao lockout, a Solurb solicitou o envio dos questionamentos por e-mail, mas a resposta será dada somente a tarde.

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