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Capital

Vistoria do MPT constata que diretor da Solurb mentiu na Justiça

Paulo Yafusso | 18/09/2015 17:35
Procuradores do trabalho Hiran Meneguelli (a esquerda) e Paulo Douglas (a direita), verificaram que caminhões da Solurb estão em condições de uso (Foto: Fernando Antunes)
Procuradores do trabalho Hiran Meneguelli (a esquerda) e Paulo Douglas (a direita), verificaram que caminhões da Solurb estão em condições de uso (Foto: Fernando Antunes)

Vistoria feita pelos procuradores do Trabalho Hiran Sebastião Meneguelli Filho e Paulo Douglas de Moraes na sede da Solurb na tarde desta sexta-feira (18), constatou que o superintendente da concessionária, Lucas Dolzan, mentiu durante audiência de conciliação pela manhã no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Ele disse que, por conta do não pagamento pela Prefeitura pelos serviços já executados, a empresa não tem combustível para colocar os caminhões para rodar e também que 35 dos 50 veículos estavam bloqueados por conta de atraso no pagamento do leasing.

O procurador Paulo Douglas afirmou que ele e o colega foram à empresa dispostos a determinar a prisão dos responsáveis, caso fosse verificada a prática do lockout (greve da empresa). “Viemos preparados para pedir a prisão dos responsáveis caso verificássemos a prática do lockout, que é crime”, enfatizou ele. Diante dessa possibilidade, os procuradores pediram o apoio da Polícia Militar, que manteve uma viatura durante todo o tempo da vistoria, que demorou cerca de uma hora, em frente a empresa.

O procurador Hiran Meneguelli Filho vistoriou um por um todos os 45 caminhões que estavam no pátio, entre eles um que está em manutenção, e constatou que todos estavam abastecidos. “Verifiquei que todos estão funcionando perfeitamente e com os tanques cheios, pedi para o funcionário ligar um por um os caminhões”, afirmou.

Enquanto Hiran fazia a vistoria, o procurador Paulo Douglas colhia os depoimentos. Segundo ele, o gerente operacional da CG Solurb disse em depoimento a ele que “a frota está funcionando perfeitamente e que não há histórico de bloqueio de nenhum caminhão”. Segundo o procurador, o funcionário afirmou ainda, que existe armazenado 11 mil litros de combustível para abastecer a frota.

Hiran Meneguelli Filho esclareceu que, caso ficasse constatado o lockout, diretores da concessionária poderiam ser responsabilizados penalmente, pois isso se configura crime contra a organização do trabalho, que pode resultar inclusive em prisão. Além disso, a legislação trabalhista prevê até a perda da concessão nos casos em que ficar comprovada essa prática.

Ele disse também, que para evitar que essa situação se repita no período em que a CG Solurb e a Prefeitura não se acertem com relação aos pagamentos atrasados, foi pedido à Justiça que o dinheiro para o pagamento do salário dos trabalhadores seja depositado em juízo, como foi feito agora.

Por meio da assessoria, a CG Solurb informou que após a audiência pública os diretores procuraram os credores e com isso conseguiram a liberação de mais combustível e também foi possível negociar a situação dos caminhões financiados por meio de leasing.

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